Fix Me || Nono Capitulo.

13:41 Unknown 0 Comments



.Fix Me.
.Kaya.
.Are you going?.

"E o que te faz pensar 
Que você vai conseguir tirar meu nome da sua boca?"
                                                 (Beyoncé - Yoncé.)


   Éseêne é uma linda mulher. Nada menos que muito incrível. Ela tinha aquele tipo de sorriso fácil. Um brilho no olhar misteriosamente intrigante. Havia uma confiança nela que fazia com que todos parassem apenas para olha-la. Éseêne era tipo de mulher que fazia com que qualquer homem se apaixonasse perdidamente.
   Confesso que nunca me senti inferior a ninguém, mas me paguei encolhendo os ombros sentindo-me um pouco deslocada perto dela.
   Harry me cumprimenta rapidamente, com um leve aperto de mão e um sorriso encantador. Ele olhava para Eseêne com os olhos brilhando, exatamente como meus pais se olhavam. Era evidente que se amavam.
  Logo todos estavam conversando sobre a decoração do ambiente, entre risos e piadas. Eles eram um grupo excêntrico, e eu mal conseguia falar algo, apenas ficava olhando de um para o outro. Percebi que Niall também estava quieto, ele parecia meio tenso. Tentei puxar seu olhar para mim, de repente conseguir perguntar se ele estava bem, mas ele apenas mantinhas seu rosto para Eseêne.
   —Éseêne você deveria se tornar minha modelo oficial, meu vestido ficou maravilhoso em você. – Gemma disse descendo os olhos pelo corpo inteiro dela. E realmente, o vestido parecia ter sido feito para caber exclusivamente nela.
   —A pergunta é o que não fica bonito nela? – Niall disse, meio baixo.
   —E exatamente o que eu estava pensando. – Gemma diz.
   —Antes, para que eu aceite ser sua modelo Gem, você tem que me embebedar muito. – Éseêne disse fazendo todos soltaram um riso, ate mesmo eu.
   —Eu sei que seu número para ficar alegre com champanhe e oito, então me deixa pegar as bebidas de verdade. – Gemma piscou para Éseêne e saiu da nossa pequena roda.
   —Agora você fica porre antes da meia noite. – Harry comentou balançando a cabeça de um lado para o outro em negação.
   —É você Harry, vai beber o que? – Perguntou Niall erguendo a taça de champanhe na sua direção.
   —Só água. – disse dando de ombros.
   —Seu estraga prazeres. Você e bem mais divertido quando toma um porre. – Niall soltou com acidez.
   —Sinto muito ser o estraga prazeres da noite, mas estou dirigindo hoje.
   —Há meu Deus eu amo essa música! – Éseêne disse de repente meio que interrompendo a estranha discussão.
   Eu não conhecia aquela música, era uma melodia agitada e sexy. Perfeita para dançar. A dois.
   —Você sabe que eu não danço anjo. – Harry disse e Niall tomou um comprido gole do seu champanhe e se pronunciou.
   —Eu quero dançar, vamos? – Éseêne se virou para ele e deu uns pulinhos demonstrando sua animação.
   —Como nos velhos tempos. – Ela disse.
   Niall riu e se virou para mim erguendo a taça em minha direção. Sem reação e cumprindo bem o papel de trouxa ao qual fui escalada para essa noite, pego a taça da sua mão e o vejo andar junto dela ate a pista de dança, não muito longe de onde Harry e eu estávamos.
   —Idiota. – Resmungo para mim mesma.
   —O que? – Harry pergunta, e momentaneamente eu tinha ate mesmo me esquecido que ele estava ali.
   Olhou ao redor e vejo algumas cadeiras em conjunto com mesas.
   —Eu disse que preciso me sentar. – invento e Harry assente caminhando comigo ate as tais cadeiras.
   Estou em um puro estado de confusão. Talvez minha vontade seja quebrar essa taça em certa cabeça loira. Quando me sento na cadeira à primeira coisa que faço e me desfazer da maldita taça, quase espatifando o vidro quando bato com toda força ao depositá-la sobre o mármore.
   De onde estou sentada ainda posso ver os dois. Eles estão dançando intimamente, mas ainda assim parecem completos estranhos. Eles simplesmente não ornam juntos.
   Porque Niall me trouxe aqui se pretendia me tratar como uma desconhecida?
   Enquanto tenho esse pensamente, algo em minha cabeça surra “Vocês são desconhecidos”.
   E caio por terra quando me toco que só estou nessa situação porque permiti. Deixei que uma faísca ridícula no coração comandasse minhas ações. Talvez eu mereça um “bem feito”?
   —Como você consegue? – Pergunto curiosa para Harry, que esta de costas como eu.
   —Consigo o que? – Ele diz franzindo o cenho, parecendo ate mesmo meio que alheio.
   —Ver eles dois? 
   Harry me encara e de repente a serenidade em seu olhar desaparece. Ele respira profundamente e me encara.
   —Eles são apenas amigos. – Ele diz e da de ombros com um pequeno sorriso aparecendo no canto da boca, com direito a covinhas e tudo.
   Imaginei o quanto eles deveriam se amar, e isso era perceptível para qualquer pessoa que passasse alguns minutos com eles.
   Levanto-me da cadeira e dou um sorrio para Harry. As curtas palavras que trocamos juntos me fez criar uma boa impressão dele.
   —Boa noite Harry, ate uma próxima. – Digo quando me levanto da cadeira, pronta para partir.
   —Você já vai?
   —Sim.
   —Mais e o Niall? – Ele pergunta olhando além de mim, provavelmente para os dois que ainda estão dançando.
   —Ele parece ter vindo sozinho de qualquer forma. – Dou de ombros e Harry apenas balança a cabeça levemente.
   —Ate mais ver, diga que mandei um tchau a Gemma.
   Enquanto caminho para fora daquele lugar, faço questão de olhar apenas para frente, ignorando a presença de Niall e Éseêne. Não sei se ele me viu saindo, prefiro que não tenha, mesmo porque a ideia dele vindo atrás de mim e incomoda, mas confesso que a possibilidade dele ter me visto e não ter vindo atrás de mim e bem mais perturbadora.
   Enquanto volto para casa andando penso no quão anseio por esquecer tudo o que aconteceu hoje
   A noite está fria, e começo a me arrepender de não ter levado nenhum casaco para me cobrir quando começo a sentir os primeiros pingos da chuva caindo sobre minha pele como pequenas agulhas de tão gelado. Claro, para a noite terminar primordialmente como em um filme tinha que haver a chuva. 
   Quando dobrei  a esquina do meu apartamento a chuva já caia livremente, e eu estava ensopada me tremendo por inteira quase em um estado de hipotermia. Mesmo sabendo que correndo estava me molhando muito mais, ignorei este fato e corri o mais rápido que meus saltos permitiam ate meu apartamento.
   Quando atravesso a porta de casa um alivio instantâneo me atinge. Respiro fundo e fecho a porta, me recuso a encenar a dramática cena de escorregar na porta e sigo andando para a minha cozinha onde sei que vou encontrar meu bom e velho vinho.
   Normalmente nunca estaria bebendo bem no meio da semana, mas quer saber? Estou pouco me importando, hoje certamente foi um dos dias mais estranhos e por mais que eu finja não ter existido eu sempre vou me lembrar.
   Então eu ligo o foda-se e bebo direto do gargalo. E para completar quando faço isso me lembro da conversa que tive com Niall mais cedo.
   Vou direto para o meu quarto e retiro minhas roupas molhadas, ligo a banheira, ponho meu roupão de felposo e enrolo uma toalha na cabeça, para depois me jogar na cama com minha garrafa de vinho.
   Olho para o meu teto com a claraboia contando os inúmeros pingos de chuva que caem deixando a visão para o céu borrada.
  A cena deve ser um pouco cômica e solitária, mas isso não me preocupa. O que realmente me preocupa e esse incansável sentimentozinho irritante martelando em meu peito. Não me lembro de ter sentido algo do tipo antes. Me pego surpresa quando descubro que estou com raiva também, um tanto quanto magoada.  
   Especialistas dizem que os animais sentem quando seus donos estão tristes, por isso presumo que Yasha veio ate meu colo esfregando o focinho rosado e geladinho em meu pulso. Dou o que ela quer e o que eu preciso; atenção. E assim termina meu dia, permito que meus olhos se fechem apenas quando a última gota de vinho vai parar por entre meus lábios.



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