Fix Me || Décimo capitulo.

07:23 Unknown 0 Comments

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.Fix Me.
.Niall.
.I'm already in it, baby.

"Ooh baby, você não sabe que eu sofro?
Ooh baby, você não pode me ouvir lamentar?
Você me prendeu com falsos pretextos
Quando você me deixará partir?
Buraco Negro Supermassivo"
                                (Muse - Supermassive Black Hole)


      Pergunto-me até quando esse fascínio por ela vai durar, eu simplesmente não consigo tirar os olhos dela e ela está fodidamente noiva, de um cara que considero amigo, no entanto, enquanto ela eleva os braços acima da cabeça e solta o quadril de acordo com a música eu me perco em suas curvas e penso que não me sentiria nenhum pouco culpado se ela o deixasse e corresse para mim.
     Todos os pensamentos me fogem quando ela cola seu corpo no meu e dança para mim, encostada em mim como se fosse minha, mas ela não é. Prefiro acreditar que Éseêne não faz a mínima ideia dos meus sentimentos por ela, caso contrário ela nunca faria nada nem parecido, ela nunca me torturaria dessa forma, estou duro e com bolas azuis permanentes.
      A música acaba e Éseêne bate palmas sorrindo para mim, devolvo o meu melhor sorriso e corro os olhos pelo recinto.
      Harry está sozinho no bar, e acena para nós, de repente me lembro de que não vim sozinho. Puta merda, Kaya!
     Corro pra o bar já erguendo meu braço e me comunicando com o Barman, Whiskey, é tudo que posso pensar nesse momento.
     —Bem forte, por favor. – o cara baixinho me entrega a dose e eu viro o conteúdo do copo e peço outro, Harry franze as sobrancelhas para o meu copo vazio. – Cadê a Kaya? – que ela esteja no banheiro.
     —Ela foi embora. – levanto minhas sobrancelhas surpreso, não apenas por Kaya ter ido embora, mas pelo tom diferente da voz de Harry. – Ela não está acostumada com vocês.
     —Oi? – Éseêne expressa meus pensamentos. -- Por que ela foi embora?
     —Algo me diz que foi porque o Niall a deixou aqui sem nem dizer nada e foi dançar com você – ele diz olhando para Éseêne.
     — Mas eu não tenho nada com ela. – Estou quase acabando o segundo copo.
     — Você a trouxe para a festa, Niall.- ele diz como se isso explicasse tudo.
     —Não sou obrigado a ficar colado nela! – bato o copo com força no balcão dando de ombros.
     —Então porque você a trouxe? Desculpe Niall, mas se você acha que ela e igual a todas as outras esta errado, porque ela acabou de ir embora.
     —Harry! – Éseêne o repreende.
     —Ele tem que ouvir de alguém, Éseêne. – Harry chega mais perto de mim. —O que você achou? Me diga Niall. Que ela fosse ficar aqui sentada? Esperando você?
     Cerro meus dentes, e aperto os punhos com força, quem ele pensa que é para me dar lição de como tratar as mulheres?
     —Eu não tenho porra nenhuma com a Kaya, ela veio comigo por que quis, não prometi nada a ela. – Cheguei bem perto para não ter que gritar –Se o que te deixou esquentadinho foi a  Éseêne ter vindo dançar comigo, é por que você não está sendo suficiente para a tua mulher!
     O álcool queima em minhas veias e vejo os olhos de Harry queimarem tanto quanto elas enquanto ele se levanta e fica alguns centímetros mais alto que eu.
     —Mas que porra! – Éseêne se exaspera e se coloca entre nós dois – Dois filhos da puta cheios de pentelho no saco.  Dá pra crescer? – Ela esmurra nossos peitos. – Niall, você vai ligar para a Kaya agora e pedir desculpas, por mim também por ter te arrastado para a pista. – Ela virou pro Harry – E você, nós vamos ter uma conversa séria sobre cuidar da porra da sua própria vida, o Niall é bem grandinho.
      Percebi quando Harry trincou o maxilar e dilatou as narinas, ele tirou delicadamente a mão de Éseêne de seu peito e passou por ela pra chegar em mim.
     —Nunca mais abre essa boca para dizer que eu não sou suficiente. – nossos narizes quase se encostam e confesso que nunca vi Harry desse jeito. – Ela pode ter dançado com você, mas como você bem disse, ela e minha mulher.
     Mantenho os olhos nos de Harry sem dar o braço a torcer, mas admito que a porra do meu sangue ferveu e tudo que eu queria era virar um soco na cara dele, porém sei que isso arruinaria mais do que nossa amizade, pego meu copo recém completo e saio do bar. Me afasto, mas não resisto a olhar para trás, Harry e ela estão caminhando para o corredor e minutos depois se beijando.
     Essa briga toda, só serviu para deixa-la excitada. Corro os dedos pelo cabelo e uma risada escapa pelos meus lábios. Mas que porra eu to fazendo da minha vida? Tiro o celular do bolso e procuro pelo número de Kaya, nem chama e já cai direto na caixa postal, obviamente ela desligou. Reviro meus olhos e me distraio com minha bebida e algumas bundas.


...


        Ainda não sei como vim parar aqui, no meio da pista com duas mulheres, uma a minha frente e outra nas minhas costas elas se esfregam em mim numa dança estranha. O teto gira e o suor escorre por meu corpo, talvez eu tenha bebido demais, talvez eu não esteja respondendo por mim, talvez eu esteja levemente alterado. As minhas mãos se encaixam como conchas na bunda da mulher a minha frente e ela ri animada, minha noite está feita.

       Meu corpo é puxado com força do meio das mulheres e eu quase caio com a falta de equilíbrio.
     —Mais que merda... – Éseêne me interrompe.
     —Corta essa.  – foi ela que me puxou e ela parece contrariada. – É melhor você ir pra casa, você ta mal.
     — Desde quando você é dessas, Éseêne? – eu coloco uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. – Ficar noiva te deixou careta, é?
     —Vá á merda, Niall! – Ela ergue o dedo do meio, na verdade ficar noiva não mudou nada além do buraco no meu peito.
     —Já estou nela, baby. – Mando um beijo para ela e me viro cambaleante com intenção de voltar para a pista, mas Éseêne agarra minha manga. 
     —Niall, é sério vai pra casa, pega um taxi e dorme um pouco. – Quase como uma câmera, meus olhos focam Harry atrás dela sentado no bar com uma garrafa de água, ele nos observa.
    —Foi ele que mandou você vir aqui bancar a mãezona? – eu aceno para Harry.
     —Ele se preocupa com você, e eu também.
     —Porra nenhuma, -- eu solto uma risada alta e Éseêne dá um passo para trás. – Vocês estão dentro dessa vidinha perfeita, vocês não dão a mínima para nada e ninguém em volta de vocês. Estão cegos. – sacudo as mãos na frente dos olhos
     —Niall, -- ela olha o celular – O taxi está lá fora te esperando, só vai.
     —Você já até chamou o taxi? – Bato as palmas ironicamente e ela trinca os dentes. – Qual o destino, senhor? – imito o taxista – Para o mais longe possível dos pombinhos felizes.
      Passo por ela e lanço um olhar irritado para Harry antes de sair do inferno e entrar no taxi.
     —Qual o destino, senhor? – dou risada e penso em dizer o mesmo que disse para Éseêne, apenas para ver a reação do pobre senhor.
      O velhinho ainda me encara e o taxímetro já roda, a minha intenção era dizer o meu endereço quando abri minha boca, mas as coordenadas que saem são para o lado oposto da minha casa.

...
Subir as escadas foi um trabalho de mestre fodasticamente difícil, quando chego ao topo me sinto o maior guerreiro. Juro que não me lembrava de tantos lances de escada. Esse maldito prédio tem quantos andares?
      Sei que estou na porta certa porque minha mente bêbada ainda lembra que ela mora no ultimo andar. Aproximo-me da porta cambaleando e esmurro a madeira com os punhos fechados, meio que me desequilibro e tenho que me segurar na parede com uma das mãos, então a tarefa de bater na porta e ao mesmo tempo e me manter em pé e quase como ter que por a linha na agulha com as luzes apagadas. Que porra de bebida eu tomei hoje?
     Parecem que se passam horas ate que eu ouça passos vindos de lá de dentro, uma Kaya de pijama abre a porta com direito a cenho franzido e tudo. Será que eu to fodido nas mãos dela?
     —Oi. – digo dando meu melhor sorriso.
     —O que você está fazendo aqui? – ela parece completamente confusa, e para ser sincero nem eu mesmo sei por que estou aqui.
     —Você pode me deixar entrar? – peço já me esgueirando para dentro.
     Kaya meio que hesita, mas então me deixa entrar e fico surpreso, porque realmente pensei que isso fosse ser mais complicado.
     Ela fecha a porta e vai direto para a cozinha enquanto eu atravesso o enorme espaço para chegar ao sofá. Estou suado e sentindo meu corpo pesado pelo sono. Assim que me sento começo a tirar minha camisa, a dificuldade vem quando tento desabotoar minha calça e logo Kaya aparece na minha frente com o rosto vermelho.
     —O que você esta fazendo?
     Pensei que fosse bem óbvio que estou retirando minhas roupas.
     —Eu não vou dormir com todas essas roupas. – digo e termino de retirar a minha calça.
     —M-mas...- ela começa e eu paro para ouvir o que ela vai dizer, mas então Kaya move a cabeça negativamente e respira profundamente.
     —Que seja. – ela diz me olhando mais uma vez e então sai da sala com uma rapidez enorme que ate mesmo me faz sentir tontura ao tentar segui-la com os olhos, ela desaparecendo pela única porta que tem ali.

     Penso em ir atrás dela, mas meu corpo me trai e me pego deitando no sofá. Recolho minhas roupas para por embaixo da minha cabeça e durmo quase que instantaneamente.

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