Conto com LT.

16:34 Unknown 5 Comments



Musica:
Cheap Thrills Sia

   Eu queria encher a cara ate cair. Literalmente.
   Hoje foi um dia de merda completo. Desde manhã, quando eu sai da cama e fui tomar meu banho e a água acabou bem na hora que eu estava com o xampu na cabeça, eu soube que esse dia não tinha como melhorar em nenhum aspecto. Então aqui estou eu, depois de um dia cansativo, no bar mais próximo do trabalho pronto para me entupir de bebida barata e ter uma resaca mostro no dia seguinte. 
   Quando me sento no banco do bar peço um uísque e mando o cara encher ate a borda, porque esse e meu nível de putisse no momento. O primeiro gole sempre e o pior; desce rápido e forte, parece que vai rasar a garganta, o gosto e puro álcool com algo que parece madeira podre. E horrível, e eu gosto pra cacete.
   Depois de terminar com o copo, sinto que ganhei uma cirrose mais mesmo assim peço outro. O cara que serve pede um minuto para ir ao banheiro, minha vontade e de mandar cotoco, mas nesse bar tenho certeza que vão chutar minha bunda se fizer isso, eu quero cair de porre e não ter um olho roxo, por isso apenas mexo a mão em sua direção e o vejo sumir por uma porta do canto.
   Enquanto o cara urinar ou faz sei lá o que no banheiro, me viro na cadeira giratória para ver as pessoas do bar. Tem uns caras barbudos bebendo cerveja, em geral está cheio de gente com o mesmo objetivo que o meu. Ninguém interessante.
   Ouço a porta do banheiro, porque faz um barulho enorme e estridente, estou pronto para fazer meu pedido, e no exato momento a porta de entrada de abre e um grupo de mulheres entra.
   São idênticas a qualquer grupo de mulheres em um bar. Estão em cinco, são irritantes de tão aleres, bebem margaritas, uma em especial e o centro das atenções das demais, as outras fazem pedidos e são barulhentas. Estão comemorando algo, talvez uma delas esteja noiva ou tenha passado na faculdade. Sei lá, mulheres são sempre tão repetitivas.
   -Vai querer outra?
   -Oi? – Me viro e o cara do xixi estreita os olhos para mim. –Há sim, ate a borda.
   Ele enche meu copo e eu bebo tentando não fazer careta, mas porra e difícil, que troço ruim para diabo. Bato o copo da bancada e mecho e balanço a cabeça, o cara do bar ri de mim enquanto vai se afastando de volta para o banheiro.
   -Porra. – Murmuro para mim mesmo, se eu quero uma bebedeira eu podia ao menos fazer isso sem me matar.
   -Olá?
   -Caralho! – Me assusto, quando olho pro lado lá, aquela que e o centro das atenções, a que provavelmente esta comemorando.
   -Merda, eu assustei você.
   -Imagina. – Dio irônico, pondo a mão no peito sentindo as batidas apressadas do meu coração semi bêbado.
   -Desculpa de verdade, droga... eu nem sei por que vim aqui. – Ela revira os olhos e passa a mão pela testa.
   -Então porque veio? – Ela me olha e arqueia as sobrancelhas perfeitas.
   -Como? – Seu tom e de aborrecimento, ela ate chega a por suas mãos na cintura e me olhar daquele jeito que toda mulher faz. De cima a baixo.
   -Olha porque você não volta lá com as suas amigas e me deixa aqui?
   -Meu Deus, você e sempre arrogante assim? – Agora ela parece genuinamente chateada, como se eu  tivesse estragado toda a sua noite perfeita.
   -Não, só com quem me assusta sem mais nem manos. – Ela estreitou os olhos e parou para me avaliar mais uma vez.
   -Eu não te assustei porque quis, já pedi desculpas. – Minha resposta rápida seria um “e eu já ouvi”,mas eu não sou esse cuzão completo.
   -Tudo bem, está desculpada. – Dei de ombros e voltei minha atenção para o copo sobre a bancada pela metade.
   -Acho que começamos errado. Meu nome e Olivia. – Arrastei meus olhos ate encontrar a palma da sua mão estendida para mim. E serio isso? Ela deve ser aquele tipo de mulher que gosta de levar palmadas.
   -E eu sou Louis. – “E quem liga?” Pensei, pegando sua mão macia e apertando de mal agrado.
   -E o seguinte Louis, minhas amigas acham que eu não consigo fazer um cara pagar uma bebida para mim. Como você e o único do Bar com a barba que não vai ate o peito, pensei que você pudesse ser esse cara. – Ela está me encarando com um sorriso confiante nós lábios carnudos, enquanto ainda aperta a ponta dos meus dedos.
   -Ta de sacanagem. – Murmuro puxando minha mão. Estou ofendido por ela ter me escolhido pelo simples fato de não ter uma barba grande.
   -Não e sacanagem, está rolando um dinheiro grande no meio e eu mal fui promovida, nem falei com meu ex chefe sobre aumentos...- Ela fala depressa sem deixar o sorriso morrer, acho que para passar para suas amiguinhas que está tendo outro tipo de conversa comigo e não ponto o jogo sobre a mesa.
   Francamente Deus, tem como a porra do meu dia ficar mais bosta?
   -Eu desacerto a sua desculpa e te deu um convite para ir embora e me deixar beber em paz. – Aos níveis de dar meia volta ela se senta no banco ao meu lado e da uma sutil olhada para trás.
   -Vou ficar mais uns minutos aqui digerindo o dinheiro que vou perder e então de deixo em paz. – Olho para ela e então e minha vez de observa-lá.
   Ela usa um vestido preto colado que vai ate abaixo do joelho e um sapato preto de salto alto. Ela está vestida como se estivesse acabado de sair do trabalho. Os cabelos presos em um coque firme e está sem maquiagem, apequenas com aquele troço que passa nos olhos para deixar sei lá o que.
   -De que quantia estamos falando ? – Pergunto no exato momento que o servente sai do bainheiro e vai direto para a garrafa da minha bebida e encher meu copo, balanço a cabeça em agradecimento e ele pergunta o que ela quer, Olivia recusa e ele vai para o outro lado do bar.
   -Muito mais do que uma bebida custa. Minhas amigas acham que ia ser engraçado comemorar minha promoção com uma noite das mulheres que envolve jogos adolescentes como verdade e desafio.
   -E elas te trouxeram para esse bar xexelento ?
   -Essa e a piada, fazer um desses motoqueiros gordos e barbudos me pagarem uma bebida. Por sorte tinha você, que não parece amedrontador como eles. – Ela sorri para mim e depois desvia os olhos.
   -Para a sua sorte minha barba ainda não cresceu como a deles, mas esse e meu sonho. – Ela me olha de volta e caí na gargalhada. –Que bebida você vai querer?
   -Serio? Vai mesmo me salva da falência por um mês? Obrigada! – E ela se joga sobre meu ombro me abraçando rapidamente. – Vou querer isso que você tá bebendo.
   -Tem certeza? – Pergunto fazendo careta.
   -Não tem cara de ser tão ruim e também deve ser barato, então sim, quero um desses barmen! – Ela grita e o cara vem servi lá.
   Ele enche o copo como ela manda, Olivia parece corajosa quando pega o copo com calma para não derrubar uma gota. Ela olha por cima do ombro para as amigas que soltam um muxoxo alto e como uma verdadeira dama ela bebe o primeiro grande gole fazendo uma careta logo em seguida.
   -Puta merda! – Exclama, balançando a cabeça de um lado para o outro.
  -Eu disse. – Debocho terminando meu terceiro copo. Já estou me sentindo um pouco tonto e com isso meu nível de chateação e quase que esquecido. Sei que tive um dia um ruim, mas no momento isso pouco está me importando.
   -Jesus, sinto que meu fígado foi corroído, como você consegue beber isso e veneno! – Solto uma risada e olho para o copo vazio.
   -E legal, nunca tomou um porre quando adolescente? Você nunca tem dinheiro suficiente para comprar bebida boa, mas mesmo assim quer ficar porre. Quando você fica adulto e começa a ver a merda que a sua vida de transformou e legal fingir ter 16 de novo. – Dou de ombros acenando pro cara encher meu copo de novo.
   -Você parece um cara amargurado.
   -Não e amargura, eu só que eu tomei um pé na bunda da minha namorada.
   -Há entendi. – Olivia se remeche na cadeira um pouco desconfortável pela conversa.
   -Foi melhor assim, mas não quero falar disso.
   -Ela deve ter sido importante para você estar aqui de terno bebendo, aposto que saiu do trabalho e veio direto para cá.
   -Não e que ela seja importante, e só que...eu passei uns anos com ela meio que conformado com a vida que eu ia levar e agora me sinto um pouco perdido. – O barman enche meu copo e eu bebo quase que imediatamente metade, dessa vez sem sentir tanta dificuldade. Talvez eu já esteja mais que semi bêbado.
   -Entendo. Eu nunca namorei serio. Digo, só na faculdade, seis messes de namoro não e grande coisa. Eu meio que estou focada na minha carreira.
   E foi assim, no quarto copo de bebida que a conversa foi se aprofundado. Não sei muito bem em que momento da noite as amigas dela se aproximaram e disseram com cara de taxo que iam embora, Olivia disse que estava bem onde estava e elas se foram deixando-nos juntos para terminar nossa conversa interminável.
   Me lembrou pouco do que aconteceu a seguir, só sei que foi prazeroso deixar ela dirigir meu carro ate meu apartamento e mais prazeroso ainda convidar lá para entrar e depois dar uns pegas ainda na porta e transar no sofá.

*
   Como previsto acordo com uma puta ressaca de latejar a cabeça. Tenho que percorrer apressado ate o banheiro cambaleando um pouco bêbado ainda. Saio do casa um tanto quanto atrasado para a reunião da manha com os acionistas e contadores.
   Tenho umas lembranças vagas da noite passada no meu apartamento. Olivia deixando seu numero no meu celular e indo em borá logo em seguida. A noite foi ótima, mesmo que minha mente bêbada não me permita lembrar de tudo, sei que foi boa, porem nessa manhã eu me sinto um tanto quanto desconfiado. Como se algo fosse acontecer.
   No estacionamento do prédio onde trabalho está lotado, só há algumas vagas para deficientes, sei que vou ser multado e é uma tremenda falta de respeito, mas estou atrasado para cacete então estaciono na vaga e vou correndo para o Hall.
   Pego o elevador seco, porque a essa hora todos da empresa já estão em suas funções, apenas eu acionista majoritário estou atrasado. Que lindo.
   Quanto chego à recepção da sala de reunião, Melodi minha assistente já está lá me esperando, ela pega minha maleta e me passa as instruções rapidamente e eu peço para que ela vá estacionar meu carro em outra vaga que não seja a dos deficientes.   
   E então eu entro na sala com uma cara de desculpas homéricas e vou para o meu lugar no fim da mesa.
   -Me desculpem pela demora aconteceram imprevistos noite passada que não vem ao caso...- Passo meus olhos por cada canto ate bater em uma pessoa que me faz calar a boca imediatamente. –O que você está fazendo aqui?

   -Há, desculpe esqueci-me de me apresentar. Sou Olivia a nova contadora contratada. – Puta merda.

Autora Ananda Leite.

Notas Finais:

Quem e vivo sempre aparece! E aqui estou eu. 
E ai o que acharam, deve ter continuação? Deixem nos comentários que eu juro pensar com carinho <3 

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5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Sim!!!!
    Pvf adorei!!♡♡♡♡♡

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  3. Ananda continuaaaaa!! Tuty

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  4. Meu Deus, Ananda, como você ainda tem coragem de perguntar? Eu ADOREI!! Quero uma continuação para ontem, senhorita!

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  5. Eu to morrida,to morrida*-* algm min ajuda a voltar pra terra pq essa agr foi foodaa\\asdoroon❤������
    By:dezah horan

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