Fix Me || Terceiro Capitulo.

16:06 Unknown 14 Comments


.Fix Me. || Capítulo três.

.Great Discount.





   Quando chega a noite de segunda, estou em casa completamente exausta. Todo início de ano a loja entra em um movimento frenético de fregueses, meu pai diz que é a culpa corroendo as pessoas por terem comido tantas besteiras nas festas de fim de ano, o que me faz rir bastante, mas concordo plenamente.  

   Estou sem ânimo para cozinhar qualquer coisa, tudo o que quero é minha cama e uma longa noite de sono, pensando nisso, acompanhei meu pai na caminhada até minha antiga casa e peguei as sobras do almoço, minha mãe tentou me convencer de ficar para o jantar, mas eu já sabia no que daria, mais uma noite no meu quarto de infância, por isso, recusei o jantar com um sorriso amarelo e saí de lá o mais rápido possível.

   Meu apartamento fica bem perto da nossa loja, apenas um quarteirão à frente. É um prédio pequeno. Tive a sorte de adquirir do inquilino anterior o apartamento do último andar. Eu me apaixonei de primeira pelo lugar. Tudo nele, em seus mínimos detalhes, é incrível. O ambiente é totalmente aberto, a sala e a cozinha estão em apenas um plano, o único lugar fechado é o quarto, onde tenho um banheiro com uma modesta banheira.

   O quarto inteiro é lindo. Tem uma porta francesa branca com vidros transparentes que dão um ar antigo ao ambiente, o que eu acho uma fofura, comprei uma cama enorme de ferro confortável, que o antigo dono me vendeu por cinquenta libras, e para completar bem em cima da cama tem uma claraboia que permite que eu veja o céu assim que acordo.

   -Yasha! – Quando entro em casa a primeira coisa que faço é chamar minha gata, que está em algum canto provavelmente fazendo o que eu queria fazer agora; dormindo.

   Normalmente não sou assim, estou atribuindo essa canseira incomum ao fato de ter dormido em uma cama pequena e dura, a essa agonia de ter passado o dia inteiro com roupas do anterior e a pequena dor nos ossos da costela por causa da tatuagem.

   Jogo o molho de chaves na mesinha de canto e vou direto para o meu quarto, assim que abro a porta Yasha sai de dentro correndo por entre minhas pernas e sem me dar moral segue direto para sua vasilha de ração na cozinha. Dou uma olhada de onde estou para verificar se ainda tem comida e só então entro em meu quarto.

   Paro na frente da janela grande que tem ao lado da minha cama. Adoro esse momento da noite, quando o quarto está parcialmente clareado pela luz da rua e da lua, quando o barulho urbano de conversas e automóveis se torna menos intenso daqui de cima. Aprecio por alguns instantes para em seguida começar a tirar minhas roupas.

   A cada peça que se vai é um alívio tremendo, nem sei descrever a sensação do ar tocando a minha pele. Enquanto a noite caía o frio foi se tornando mais forte, aquela típica fumaça saindo pela boca, as vidraças embaçando e formando pequenas linhas de gelo e mesmo em casa, protegida das ruas, posso sentir meus pelos arrepiarem. Eu gosto do frio, mas não tanto quanto gosto do Sol e do calor. Nos dias raros, em que o Sol aparece por entre as densas nuvens cinzas, é um dia para se comemorar. Eu me lembro dos invernos rigorosos, quando eu era criança e tinha medo das nevascas, mamãe costumava me acalentar falando sobre um lugar onde fazia calor e o Sol aparecia quase todos os dias, a Índia, onde também nevava, mas não tinha o monstro da neve que morava apenas na Inglaterra. 

   Quando me livro de todas as roupas, cato cada peça e ponho em um cesto no canto do quarto, caminho sobre meus dedos dos pés enquanto me abraço e esfrego meus braços. Entro em meu banheiro e ligo todas as torneiras para que a banheira encha o mais rápido possível, infelizmente o prédio tem um péssimo sistema de encanamento e a água demora mais do que o normal para sair quente. Os jatos de água batem com força na superfície da banheira e respigam para todo o lado, até mesmo uns pingos escapam pela borda e atingem meus joelhos.

   Deus, a água parece cortar. Afasto-me dando pequenos pulos e passo a mão pela pele desesperada por alívio. Pego meu robe e me cubro, saio do banheiro e vou direto para a cozinha. Preciso esquentar um pouco de água.

   Depois de acender duas bocas no fogão com água, uma para chá e outra para pôr na banheira, vou atrás das correspondências. O zelador do prédio é um amor de pessoa e faz questão de colocar as cartas embaixo da porta de cada morador, minhas cartas já estavam na mesinha de canto desde ontem, mas como saí apressada para a casa dos meus pais não cheguei a abri-las. Recolho-as e me sento no sofá, Yasha vem até mim e pula para se acomodar ao meu lado, mas me lança aquele olhar de “Não quero carinho, humana” faço uma careta para minha gata jurando ser autossuficiente e não precisar da sua companhia pouco proveitosa enquanto leio brevemente o conteúdo de cada envelope.

   Contas de casa, contas da loja, recibos para aprovar... Entre outras. Nada demais. Abro algumas para fazer contas rápidas de quanto gastamos com a loja. A chaleira apita e eu me levanto, deixando as cartas sobre a mesinha, dessa vez dentro de uma caixa que uso especificamente para guardar contas.

   Desligo o fogo e encho minha caneca soltando o saquinho do meu chá preferido, twinings, dentro e depois acrescento o leite. Pego minha xícara e a panela com a água quente e vou para o banheiro. Despejo a água quente dentro da banheira pela metade e depois jogo um sal de banho que deixa a água rosa e o ar com cheiro de lavanda. Desligo as torneiras e checo a temperatura antes de tirar meu robe e enfim entrar na banheira tomando meu chá quente.

***

      Sei que o despertador já tocou há dez minutos, mas fiz questão de fingir não ouvir, só me levanto de fato quando Yasha começa a miar arranhando a porta do quarto querendo entrar. Ok dia, você já começou para mim.

   Cerca de uma hora depois, de banho tomado e roupas de ginástica por baixo de três camadas de casacos, estou na rua à caminho do centro, onde pratico minhas aulas de yoga.

   Passo em uma cafeteria que fica perto de casa e peço um leite quente, porque simplesmente não consigo gostar de café. A caminhada até o centro é longa, porém satisfatória, hoje está um frio maior do que nos dias anteriores, meu leite cumpre a função de me manter aquecida por dentro.

   Quando enfim chego ao meu destino, me junto a Evangeline, uma moça que faz as aulas junto comigo desde o ano passado. Ela é linda e super legal, apesar de claramente ter problemas internos dos quais ela não me conta.

   - Bom dia, Evie. – sorrio para minha parceira de yoga.

   - Bom dia, Kaya. Como foi o final de semana?

   - Legal, eu fui para a casa dos meus pais, dormi na minha cama de dez anos atrás e fiz minha primeira tatuagem! – conto com entusiasmo. Evie arregala os olhos e abre a boca levemente. Ela fica adorável quando faz essas caretas, na verdade, ela fica adorável de qualquer jeito.

   - Oh Kaya, o que é? – pergunta enquanto passa os olhos por toda minha pele descoberta.

   - É na costela, você não vai conseguir ver assim. É uma frase da música Fix You do Coldplay, conhece?

   - Claro! Minha tia já foi em um show deles. – Evie sorri para mim e dá leves pulinhos sobre o banco. Seu jeito jovial me anima tanto.

   - Eles são ótimos, amo demais essa banda, mas não vamos falar de mim, Evie. E você? Como foi o seu fim de semana? – Pergunto me ajeitando no banco para retirar as camadas de casaco.

   - Há... você sabe, eu não tenho nada de interessante. – Evie fica corada, quase igualando a cor da sua bochecha com seus cabelos ruivos.

   - Para com isso Evangeline, você é tão linda, menina. Não acredito que você não tenha um espelho na sua casa. – Ela ri mostrando covinhas discretas na bochecha. Evie me encara com seus olhos verde claro, uma combinação rara para ruivos, li certa vez que apenas uma parte pequena da população é ruiva, a porcentagem para ruivos com olhos verdes então... são quase mínimas.

   - Eu sou apenas a Evangeline, sabe? – Não eu não sabia, mas imaginava. Sou diferente e sei disso, na escola eu também era “apagada”, mas nunca me importei de fato com isso, na faculdade conquistei meu espaço com um número reservado de amigos.

   - Seu dia vai chegar, Evie. – Digo me levantando e puxando-a pelas mãos, ela abre mais um dos seus sorrisos iluminadores e me segue para mais uma animada aula de Yoga.

***

   Meio dia, estou esperando minha mãe chegar com o almoço. Meu pai foi fazer uns pagamentos e eu estou jogada sobre minha cadeira giratória esperando o tempo passar.

   Paro de rodar a cadeira quando fico tonta, olho ao redor procurando algo para fazer, mas aparentemente já arrumei todas as prateleiras que existem aqui. Hoje o movimento foi bem pequeno, apenas alguns turistas que ainda vagam pela cidade, ressaca pela virada do ano.

   Decido ligar para minha mãe e perguntar por que ela está tão atrasada e nesse exato momento o telefone toca.

   - Boa tarde, loja de produtos naturais, o que deseja? – Digo fazendo minha voz formal e 
imediatamente sou recebida com uma risada e me pego paralisada. Esse som, eu conheço, impossível de esquecer algo tão bonito.

   - Vou contratar você para ensinar a Greta a ter modos quando um cliente ligar. – Niall murmura do outro lado da linha com sua voz acentuada e com um sotaque descontraído.

   - Acho que ela não vai querer receber minhas aulas. É provável que me odeie.

   - Fico admirado pelo fato de Greta se auto suportar. – É minha vez de rir e para minha surpresa Niall me acompanha e não posso deixar de imaginar se a frieza deixou seus olhos como naquele dia.

   - Ela parecia bem ranzinza mesmo. – Murmuro.

   Por alguns segundos caímos naquele silêncio constrangedor ao ponto de poder ouvir sua respiração leve.

   - Kaya, eu liguei para saber se você está a fim de sair.

   Ele é direto e rápido. Imaginei que ao menos fossemos ter alguma conversa mais profunda antes disso. Fico surpresa quando me pego totalmente descontente. Quer dizer, está na cara que Niall é o tipo de homem que sai com várias mulheres, sinceramente não quero bancar a difícil e muito menos a fácil.

     - Eu não posso aceitar.

     - Desculpa, como?

     - O que?

     - Você disse... É que você ficou em silêncio e respondeu de repente.

    - Eu disse que não posso. – Dou de ombros como se ele pudesse me ver. A conversa saiu de descontraída para rapidamente entrar em modo esquisita. Eu realmente estou dando um fora nele? Eu nem sabia que estava nessas condições.

   - Você tem namorado?

   - Isso é tão clichê. – Digo, porque realmente me lembro de ter visto isso em milhares de filmes românticos com nomes diferentes, no entanto, com temáticas iguais.

   - Se estamos em um clichê, nós sabemos como isso funciona. – Franzi meu cenho achando que voltamos ao descontraído.

   - Então, siga os passos. – Digo em desafio e fico imaginando aquela versão do seu sorriso; de boca levemente torta e sexy.

   - Ok. Kaya, acho que vou usar meus dez porcento ainda hoje. – Meu coração saltita  e nem sei porquê estou tão nervosa assim se ele nem está aqui.

   - Eu disse, é um ótimo desconto.



Autora: Ananda Leite.
Notas Finais.

Hey Lindas, ai está o capitulo que demorou abeça...Valeu a pena? Espero que sim <3.
Quero dizer para vocês que infelizmente as coisas estão realmente difíceis, o nosso tempo desse ano está literalmente todo voltado para os estudos, queremos demais que tudo se normalize, mas vocês devem compreender a pressão que está sendo com o vestibular batendo em nossas portas. 
Peço que não desistam da historia, tudo está apenas no começo, Mavi e eu temos muitos planos para esses dois e queremos que vocês leiam tintim por tintim, mesmo que as vezes demore...lembrem-se que vale a pena!
Agora para encerrar, esses dois merecem um shipper...então o que vocês escolhem; Kyall ou Naya ? Deixem nos comentários suas escolhas. (Eu escolho Kyall <3) Beijão com carinho e amor!

-Ananda.

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14 comentários:

  1. ADOREEEEEEI
    CONTINUA JAAAA

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  2. Não tem como não gostar ��

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  3. Fernanda,para de matar a gente com esses lacres

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  4. #Kyall reina!!!!
    -Viih

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  5. Meu deuuuussss continua! Estou amando fix me! E kyall e o melhor shipp do world!! Hahaha nao demora pra postar

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  6. ��������

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  7. q tenha um beijo entre Kyall no próximo cap, amém ahahaa

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  8. Cuntinueeemm esta ficando prrfeita.

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  9. Gente, vai ter Q&A dessa fic?? Tuty.

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  10. continuem please ,tomara que no próximo tenha beijo kyall

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