Fix Me || Terceiro Capitulo.
.Fix Me. ||
Capítulo três.
.Great Discount.
Quando chega a noite de segunda, estou
em casa completamente exausta. Todo início de ano a loja entra em um movimento
frenético de fregueses, meu pai diz que é a culpa corroendo as pessoas por terem
comido tantas besteiras nas festas de fim de ano, o que me faz rir bastante, mas concordo plenamente.
Estou sem ânimo para cozinhar qualquer
coisa, tudo o que quero é minha cama e uma longa noite de sono, pensando nisso, acompanhei meu pai na caminhada até minha antiga casa e peguei as sobras do
almoço, minha mãe tentou me convencer de ficar para o jantar, mas eu já sabia
no que daria, mais uma noite no meu quarto de infância, por isso, recusei o
jantar com um sorriso amarelo e saí de lá o mais rápido possível.
Meu apartamento fica bem perto da nossa
loja, apenas um quarteirão à frente. É um prédio pequeno. Tive a sorte de adquirir
do inquilino anterior o apartamento do último andar. Eu me apaixonei de
primeira pelo lugar. Tudo nele, em seus mínimos detalhes, é incrível. O ambiente é totalmente aberto, a sala e a cozinha estão em apenas um plano, o único lugar
fechado é o quarto, onde tenho um banheiro com uma modesta banheira.
O quarto inteiro é lindo. Tem uma porta
francesa branca com vidros transparentes que dão um ar antigo ao ambiente, o que
eu acho uma fofura, comprei uma cama enorme de ferro confortável, que o antigo
dono me vendeu por cinquenta libras, e para completar bem em cima da cama tem uma claraboia que permite que eu veja o céu assim que acordo.
-Yasha! – Quando entro em casa a primeira
coisa que faço é chamar minha gata, que está em algum canto provavelmente fazendo
o que eu queria fazer agora; dormindo.
Normalmente não sou assim, estou atribuindo
essa canseira incomum ao fato de ter dormido em uma cama pequena e dura, a essa
agonia de ter passado o dia inteiro com roupas do anterior e a pequena dor nos
ossos da costela por causa da tatuagem.
Jogo o molho de chaves na mesinha de canto e
vou direto para o meu quarto, assim que abro a porta Yasha sai de dentro
correndo por entre minhas pernas e sem me dar moral segue direto para sua
vasilha de ração na cozinha. Dou uma olhada de onde estou para verificar se ainda
tem comida e só então entro em meu quarto.
Paro na frente da janela grande que tem ao
lado da minha cama. Adoro esse momento da noite, quando o quarto está parcialmente clareado pela luz da rua e da lua, quando o barulho urbano de
conversas e automóveis se torna menos intenso daqui de cima. Aprecio por alguns
instantes para em seguida começar a tirar minhas roupas.
A cada peça que se vai é um alívio tremendo, nem sei descrever a sensação do ar tocando a minha pele. Enquanto a noite caía
o frio foi se tornando mais forte, aquela típica fumaça saindo pela boca, as
vidraças embaçando e formando pequenas linhas de gelo e mesmo em casa, protegida das ruas, posso sentir meus pelos arrepiarem. Eu gosto do frio, mas
não tanto quanto gosto do Sol e do calor. Nos dias raros, em que o Sol aparece
por entre as densas nuvens cinzas, é um dia para se comemorar. Eu me lembro dos
invernos rigorosos, quando eu era criança e tinha medo das nevascas, mamãe
costumava me acalentar falando sobre um lugar onde fazia calor e o Sol aparecia
quase todos os dias, a Índia, onde também nevava, mas não tinha o monstro da
neve que morava apenas na Inglaterra.
Quando me livro de todas as roupas, cato
cada peça e ponho em um cesto no canto do quarto, caminho sobre meus dedos dos
pés enquanto me abraço e esfrego meus braços. Entro em meu banheiro e ligo
todas as torneiras para que a banheira encha o mais rápido possível,
infelizmente o prédio tem um péssimo sistema de encanamento e a água demora
mais do que o normal para sair quente. Os jatos de água batem com força
na superfície da banheira e respigam para todo o lado, até mesmo uns pingos
escapam pela borda e atingem meus joelhos.
Deus,
a água parece cortar. Afasto-me dando pequenos pulos e passo a mão pela pele
desesperada por alívio. Pego meu robe e me cubro, saio do banheiro e vou direto
para a cozinha. Preciso esquentar um pouco de água.
Depois de acender duas bocas no fogão com
água, uma para chá e outra para pôr na banheira, vou atrás das
correspondências. O zelador do prédio é um amor de pessoa e faz questão de colocar as cartas embaixo da porta de cada morador, minhas cartas já estavam na
mesinha de canto desde ontem, mas como saí apressada para a casa dos meus pais
não cheguei a abri-las. Recolho-as e me sento no sofá, Yasha vem até mim e pula
para se acomodar ao meu lado, mas me lança aquele olhar de “Não quero carinho, humana” faço uma careta para minha gata jurando ser autossuficiente e não
precisar da sua companhia pouco proveitosa enquanto leio brevemente o conteúdo
de cada envelope.
Contas de casa, contas da loja, recibos para
aprovar... Entre outras. Nada demais. Abro algumas para fazer contas rápidas de
quanto gastamos com a loja. A
chaleira apita e eu me levanto, deixando as cartas sobre a mesinha, dessa vez dentro
de uma caixa que uso especificamente para guardar contas.
Desligo o fogo e encho minha caneca soltando
o saquinho do meu chá preferido, twinings, dentro e depois acrescento o leite.
Pego minha xícara e a panela com a água quente e vou para o banheiro. Despejo a
água quente dentro da banheira pela metade e depois jogo um sal de banho que
deixa a água rosa e o ar com cheiro de lavanda. Desligo as torneiras e checo a
temperatura antes de tirar meu robe e enfim entrar na banheira tomando meu chá
quente.
***
Sei que o despertador já tocou há dez minutos,
mas fiz questão de fingir não ouvir, só me levanto de fato quando Yasha começa
a miar arranhando a porta do quarto querendo entrar. Ok dia, você já começou
para mim.
Cerca de uma hora depois, de banho tomado e
roupas de ginástica por baixo de três camadas de casacos, estou na rua à caminho do centro, onde pratico minhas aulas de yoga.
Passo em uma cafeteria que fica perto de
casa e peço um leite quente, porque simplesmente não consigo gostar de café. A
caminhada até o centro é longa, porém satisfatória, hoje está um frio maior do
que nos dias anteriores, meu leite cumpre a função de me manter aquecida por
dentro.
Quando enfim chego ao meu destino, me junto
a Evangeline, uma moça que faz as aulas junto comigo desde o ano passado. Ela é
linda e super legal, apesar de claramente ter problemas internos dos quais ela
não me conta.
- Bom dia, Evie. – sorrio para minha parceira
de yoga.
- Bom dia, Kaya. Como foi o final de semana?
- Legal, eu fui para a casa dos meus pais,
dormi na minha cama de dez anos atrás e fiz minha primeira tatuagem! – conto
com entusiasmo. Evie arregala os olhos e abre a boca levemente. Ela fica adorável
quando faz essas caretas, na verdade, ela fica adorável de qualquer jeito.
- Oh Kaya, o que é? – pergunta enquanto
passa os olhos por toda minha pele descoberta.
- É na costela, você não vai conseguir ver
assim. É uma frase da música Fix You do Coldplay, conhece?
- Claro! Minha tia já foi em um show deles. – Evie sorri para mim e dá leves pulinhos sobre o banco. Seu jeito jovial me anima tanto.
- Eles são ótimos, amo demais essa banda, mas
não vamos falar de mim, Evie. E você? Como foi o seu fim de semana? – Pergunto
me ajeitando no banco para retirar as camadas de casaco.
- Há... você sabe, eu não tenho nada de
interessante. – Evie fica corada, quase igualando a cor da sua bochecha com
seus cabelos ruivos.
- Para com isso Evangeline, você é tão linda, menina. Não acredito que você não tenha um espelho na sua casa. – Ela ri
mostrando covinhas discretas na bochecha. Evie me encara com seus olhos verde claro, uma combinação rara para ruivos, li certa vez que apenas uma parte
pequena da população é ruiva, a porcentagem para ruivos com olhos verdes
então... são quase mínimas.
- Eu sou apenas a Evangeline, sabe? – Não eu
não sabia, mas imaginava. Sou diferente e sei disso, na escola eu também era
“apagada”, mas nunca me importei de fato com isso, na faculdade conquistei meu
espaço com um número reservado de amigos.
- Seu dia vai chegar, Evie. – Digo me
levantando e puxando-a pelas mãos, ela abre mais um dos seus sorrisos
iluminadores e me segue para mais uma animada aula de Yoga.
***
Meio dia, estou esperando minha mãe
chegar com o almoço. Meu pai foi fazer uns pagamentos e eu estou jogada sobre
minha cadeira giratória esperando o tempo passar.
Paro de rodar a cadeira quando fico tonta,
olho ao redor procurando algo para fazer, mas aparentemente já arrumei todas as
prateleiras que existem aqui. Hoje o movimento foi bem pequeno, apenas alguns
turistas que ainda vagam pela cidade, ressaca pela virada do ano.
Decido ligar para minha mãe e perguntar por
que ela está tão atrasada e nesse exato momento o telefone toca.
- Boa tarde, loja de produtos naturais, o que
deseja? – Digo fazendo minha voz formal e
imediatamente sou recebida com uma
risada e me pego paralisada. Esse som, eu conheço, impossível de esquecer algo
tão bonito.
- Vou contratar você para ensinar a Greta a
ter modos quando um cliente ligar. – Niall murmura do outro lado da linha com
sua voz acentuada e com um sotaque descontraído.
- Acho que ela não vai querer receber minhas
aulas. É provável que me odeie.
- Fico admirado pelo fato de Greta se auto
suportar. – É minha vez de rir e para minha surpresa Niall me acompanha e não
posso deixar de imaginar se a frieza deixou seus olhos como naquele dia.
- Ela parecia bem ranzinza mesmo. – Murmuro.
Por alguns segundos caímos naquele silêncio
constrangedor ao ponto de poder ouvir sua respiração leve.
- Kaya, eu liguei para saber se você está a
fim de sair.
Ele é direto e rápido. Imaginei que ao menos
fossemos ter alguma conversa mais profunda antes disso. Fico surpresa quando me
pego totalmente descontente. Quer dizer, está na cara que Niall é o tipo de
homem que sai com várias mulheres, sinceramente não quero bancar a difícil e
muito menos a fácil.
- Eu não posso aceitar.
- Desculpa, como?
- O que?
- Você disse... É que você ficou em silêncio
e respondeu de repente.
- Eu disse que não posso. – Dou de ombros
como se ele pudesse me ver. A conversa saiu de descontraída para rapidamente
entrar em modo esquisita. Eu realmente estou dando um fora nele? Eu nem
sabia que estava nessas condições.
- Você tem namorado?
- Isso é tão clichê. – Digo, porque realmente
me lembro de ter visto isso em milhares de filmes românticos com nomes diferentes,
no entanto, com temáticas iguais.
- Se estamos em um clichê, nós sabemos como
isso funciona. – Franzi meu cenho achando que voltamos ao descontraído.
- Então, siga os passos. – Digo em desafio e
fico imaginando aquela versão do seu sorriso; de boca levemente torta e sexy.
- Ok. Kaya, acho que vou usar meus dez porcento ainda hoje. – Meu coração saltita e nem sei porquê estou tão nervosa
assim se ele nem está aqui.
- Eu disse, é um ótimo desconto.
ADOREEEEEEI
ResponderExcluirCONTINUA JAAAA
Não tem como não gostar ��
ResponderExcluirFernanda,para de matar a gente com esses lacres
ResponderExcluir😍😍😍😍😍
ResponderExcluir#Kyall reina!!!!
ResponderExcluir-Viih
Rt hahaha <3
ExcluirMeu deuuuussss continua! Estou amando fix me! E kyall e o melhor shipp do world!! Hahaha nao demora pra postar
ResponderExcluir��������
ResponderExcluirq tenha um beijo entre Kyall no próximo cap, amém ahahaa
ResponderExcluirCuntinueeemm esta ficando prrfeita.
ResponderExcluirContinua
ResponderExcluir♡
ResponderExcluirGente, vai ter Q&A dessa fic?? Tuty.
ResponderExcluircontinuem please ,tomara que no próximo tenha beijo kyall
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