FIX ME || Segundo Capítulo

10:40 Unknown 14 Comments




.Smithereens.
.Niall Narrando em Primeira Pessoa. 
.Playlist do capitulo:

.Worry - Jack Garratt.
  .Tradução (clique),


"Minhas noites são quebradas pelos sons das mulheres,
 que eu nunca vou conhecer.

E quando meus olhos estão fechados,
eu posso começar a sentir você olhando para mim"

      Estou debruçado sobre o corpo de um cara forte e com a pele coberta de tatuagens, metade delas feitas por mim e a outra metade consertada por mim.

-- Cara, essa merda ‘tá tocando desde que eu cheguei. – desencosto a agulha da sua pele. – Troca isso.

-- Não. – John é um dos meus clientes fixos e não estou afim de atender suas vontades.

          Desde que aquela garota saiu do estúdio a música Fix You, tema de sua tatuagem, está tocando nos altos falantes, Greta já encheu a porra do meu saco para mudar, mas não consigo. Nunca vi olhos como aqueles, cabelos, corpo... ela é simplesmente incrível e eu simplesmente preciso comprar alguma coisa na loja dela, seja lá que merda ela venda. Não consigo me lembrar o que ela disse que vendia, eu só me lembro dos seus lábios se movendo e da vontade que tive de morde-los.

-- Mano, você vai terminar essa porra ou não? – John questiona me tirando dos meus pensamentos.

           Volto a pressionar a agulha em sua pele e continuo meu trabalho, em pouco tempo tenho um par de asas desenhadas e suas costas, libero John sem muitas palavras, ele sabe como cuidar da nova tatuagem. Meu celular toca.

-- Alô? – atendo sem ver o identificador.

-- Olá querido. – Éseêne fingi uma voz melosa pelo telefone, talvez tentando se passar por uma das vadias que frequentam minha cama, mal sabe ela que nunca me enganaria, reconheço sua voz há dez metros se for preciso.

-- O que você quer, Éseêne? – percebo que estou sendo frio, mas não me corrijo.

-- Nossa, alguém 'tá precisando transar, isso não é culpa minha. – Ah é sua culpa sua  sim. – Chegamos ontem, encontra a gente no Dellos?

-- Sei lá, não tô muito afim de sair hoje.

-- Niall, você vai sim. Não discuta comigo, sou uma mulher bronzeada agora. – consigo imaginá-la fazendo um bico e jogando os cabelos pelo ombro para mostrar as marquinhas.

-- Não por muito tempo. – tento disfarçar o sorriso na minha voz.

-- Valeu, cuzão. Aparece lá e leva o Matt. – Matt é um amigo nosso que está trabalhando comigo no estúdio. -- Temos uma notícia. – ah, que ótimo – Harry está dizendo que sente sua falta.

-- Awnt, diga que estou morrendo de saudade também. – por mais que queira odiar Harry por tudo, não consigo, pois querendo ou não o cara é meu amigo agora.

-- Vocês são muito gays, sério. – Éseêne estala a língua. – Você vai?

-- Vou.

-- Ótimo, esperamos vocês lá! Chega umas oito.

          Ela desliga e eu me apoio na mesa respirando fundo, sei que se passaram anos, mas ainda é difícil ficar perto de Harry, Éseêne e suas constantes demonstrações de afeto. Passo as mãos no cabelo e saio da minha sala para a da frente. Entro sem bater.

         Matt está tatuando uma mulher nas costas, Matthew é um cara alto e forte, tem tatuagens fechando os dois braços e é gay, não que ele deixe isso transparecer, ele é moreno e tem olhos escuros, quantas mulheres eu já vi sair daqui desiludidas ao perceberem que ele gosta da mesma fruta.

         Eu costumo consolá-las, afinal, coitadas!

         Ele me olha parando o que está fazendo e pedindo um segundo para a moça.

-- Custa bater na porra da porta?

-- Dellos, oito horas. – Digo e já me viro para sair.

-- Eu tenho cliente.

-- Desmarca, a Éseêne disse que é importante.

-- Eles já voltaram da lua de mel? – fecho meus punhos com força, só a ideia de Éseêne se casando já faz meu sangue zunir pelas minhas veias.

-- É. – controlo a respiração e tenciono o maxilar. – Tô saindo agora, me dá uma carona mais tarde?

-- Ok. 

           Fecho a porta e sigo pelo corredor.

-- Greta, cancela todo mundo daqui pra frente e remarca pra quando der.

-- Mas, Niall...

-- Só faz o que eu tô mandando. – interrompo ela.

-- Ainda é para eu ir na sua casa mais tarde? – ela me lança seu sorriso mais sedutor.

-- Não. – seu sorriso desmancha e eu me viro depois de pegar as chaves no balcão.

...

       De banho tomado e roupas limpas espero a mensagem de Matt, quando ela chega eu desço as escadas e encaro o ar frio de Londres, estou morando num apartamento minúsculo, um quarto, sala conjugada com a cozinha e um banheiro, as tatuagens estão me dando um bom lucro, mas por enquanto isso é tudo que eu posso pagar... e nem me importo com essas merdas de casa grande, eu moro sozinho porra.

-- Boa noite, Niall. – Matt soa reprovador por eu não o ter cumprimentado.

-- Não enche. – passo o cinto de segurança e bato a porta.

         Matt bufa e arranca com o carro. Olhando pela janela, por algum motivo os olhos de Kaya surgem em minha cabeça, lembro-me do quanto fiquei desconfortável quando os fitei, parecia estar me analisando, parecia saber todas as merdas pelo o que passei, mas lembro também da sensação de familiaridade logo depois.

        De onde a conheço? Não faço ideia e nem quero acreditar que já a vi, porque se esse for o caso, não consigo entender como consegui me esquecer dela.

-- Cara, chegamos. – Ele estala os dedos na minha cara – Onde você estava?

          Reviro os olhos e solto o cinto saindo do carro sem paciência. Sem entender muito bem sou prensado contra a lateral do carro, o antebraço de Matt no meu pescoço, sem fazer muita força.

-- Mas que por...

-- Escuta aqui, Niall, eu não sei que porra está acontecendo com você, mas você fica assim sempre que vai encontrar a Éseêne e o Harry, não quero saber qual é o caralho do seu problema, mas eles acabaram de voltar de viagem e não são obrigados a aguentar as suas merdas. – meu maxilar está tenso e Matthew passa a mão no meu cabelo o ajeitando, eu dou um tapa forte na mesma. – Agora, coloca um sorriso nessa sua carinha linda e vamos entrar.

         Forço um sorriso e Matt ri do meu esforço, o que me faz rir também. O clima fica menos tenso e nós seguimos para o bar.

          Assim que atravessamos a porta Éseêne acena da mesa, ela está linda como sempre, os cabelos claros ondulados, o formato perfeito do rosto e agora sua pele se encontra um tom mais escuro, bronzeada, como ela prometeu. Harry está do seu lado e abre um sorriso do tamanho do mundo, típico dele.

          Nos dirigimos até eles que se levantam para nos cumprimentar, abraço Éseêne e sinto seu perfume percorrer todas as minhas entranhas, queria tanto poder dizer que ela não me afeta mais, respiro fundo e me afasto para abraçar Harry.

-- E aí, cara?

-- Como foi a viagem? – digo sorrindo, a animação de Harry é contagiante e me ajuda a voltar a mim.

-- Foi ótima, o Brasil é incrível.

-- Ouvi dizer que as bundas são incríveis. – ergo as sobrancelhas sugestivamente.

-- Nem me fale de bundas, Niall... – ele parece se divertir e se martirizar com as lembranças.

-- Alguém disse bunda? – a voz fina de Louis se faz ouvir e então noto a sua presença, ele devia estar no banheiro.

-- Louis! – eu gosto desse cara.

         Trocamos um abraço e me sento enquanto Matt termina de falar com eles. Éseêne me olha por cima do ombro largo de Matthew e gesticula com a boca um “Você está bem?”, eu assinto.

-- Bom... o que vocês tinham para contar? – Matt ergue a voz e se senta ao meu lado.

-- Vamos pedir umas bebidas primeiro, certo? – Harry esfrega uma mão na outra e depois estica o braço por cima dos ombros de Éseêne.

...

          Já bebemos algumas cervejas e assim como eu, Louis parece estar ficando sem paciência.

-- E aí, Louis, como está indo na escola? – Éseêne pergunta e eu me lembro que Louis começou num novo emprego há alguns meses atrás.

-- Tudo indo, estou gostando. – ele é vago.

-- E as mulheres, que afinal é o que importa? – Matt e Harry reviram os olhos para o meu comentário, Éseêne sorri e se aproxima para ouvir o que o Louis tem pra dizer.

-- Cara, nem me falar de mulher, tem uma... gar... hm... simplesmente me deixando louco. – ele bufa e passa as mãos pelo cabelo.

-- Se resolver desistir delas, me liga. – Matt pisca para Louis fazendo todos na mesa rirem, aliviando o clima, pelo visto ele tem esse dom. – Éseêne e Harry, nos contem do Brasil.

-- Lá é incrível, as praias são lindas e o Hotel que ficamos era de frente para uma delas, Copacabana. – Éseêne é a primeira a se manifestar.

-- A queima de fogos foi maravilhosa, o ano novo no Brasil é bem animado. – Ele sorri malicioso para ela, que corresponde o sorriso. – E é de lá que trazemos uma notícia.

-- Ah, agora chegamos ao X da questão. – Louis esfrega as mãos.

-- Se precisava de todos juntos, com certeza é importante. – Matt sorri para eles, eu já estou ficando nervoso.

-- Bom...

-- Dá pra falar logo? – eu explodo e recebo alguns olhares reprovadores.

-- Eu e Éseêne... – Harry olha para ela e sorri, Éseêne cora, o que me deixa realmente preocupado. – Estamos noivos.

          Então Matt e Louis explodem em parabéns e felicidades, já eu permaneço estático na cadeira, meu corpo está dormente e meu coração tropeçou as poucas batidas que lhe restava e parou definitivamente.

         Estamos noivos. Estamos noivos. Estamos noivos.

         Levanto abruptamente da cadeira e me apoio na mesa, os sorrisos se desfazem e a culpa me consome. Tento ao máximo disfarçar, mas estou suando e provavelmente tremendo.

-- Niall...? – a voz pertence a Éseêne, mas ela ecoa e as coisas giram.

-- Parabéns pelo noivado... eu... hm... não estou passando bem. – consigo dizer com dificuldade e me afasto da mesa, quase correndo em direção a porta, sinto que estou prestes a vomitar.

         Pego meu celular com as mãos trêmulas e acesso o aplicativo do táxi, chamo um, porque eu não vim com a porra do meu carro? Chuto uma pedra da calçada e puxo os cabelos com força.

-- Niall, mas que merda tá acontecendo? – Éseêne diz enquanto atravessa a porta.

-- Nada, estou passando mal. – digo firme e frio.

-- Então por que veio? – Ela rebate com a mesma frieza.

         A partir desse momento todos os cacos afiados de meu coração se levantam e apontam para ela, eles queimam.

-- Eu nem queria vir nessa merda, eu disse que não estava afim, você me obrigou! – a raiva transborda e os cacos tremulam prontos para atacar.

-- Eu não obriguei ninguém, Niall. – ela aponta o dedo para o meu peito, exatamente onde a artilharia se prepara. – Você veio porque quis e nem para demonstrar um pouquinho de consideração, estou noiva.

-- E que merda eu tenho com isso, Éseêne? – Esbravejo indo na sua direção – Casamento? Sério? Quem é você e o que fez com a Éseêne? – ela se encolhe, mas em poucos segundos se recompõem e seus olhos queimam os meus, meus cacos recuam sob seu olhar.

-- As pessoas crescem, Niall, você devia tentar. – ela se aproxima tanto que posso sentir sua respiração. – Eu o amo, ele me ama. Não é por que você não tem algo como isso que deve descontar suas frustrações em mim, em Harry, em ninguém, porra! Experimenta conhecer as mulheres que você fode, de repente uma delas tem mais a oferecer que um boquete.

         Os projéteis tremulam e trocam o curso, apontando diretamente para mim, vindo em alta velocidade e então... me atingem.

         E eles são letais.

...

-- Niall? – a voz manhosa de Greta ressoa no terceiro toque.

-- Na minha casa em 20 minutos. – sou curto e grosso.

-- Mas...

       Encerro a chamada, pois sei que ela vai ficar me enchendo a paciência por ter desmarcado e agora estar ligando para remarcar, porém, sei também que ela aparecerá de qualquer jeito. O táxi me deixa na porta de casa e eu pago com certa má vontade, afinal eu tenho carro e ainda estou me perguntando porquê fui de carona, provavelmente o universo conspirando contra mim.

       Começo a tirar a roupa assim que atravesso a porta, tomo um banho rápido e visto uma cueca boxer preta, me sento na cama e levo as mãos aos cabelos molhados.

        Éseêne vai se casar, ela vai realmente fazer isso. Meus ombros pesam e eu me recuso a deixar isso me afetar, mais do que isso, faz tanto tempo, por que ela não pode simplesmente me deixar em paz? Mas eu sei que o culpado de tudo isso sou eu mesmo, porque eu tentei me afastar uma vez e não consegui, querendo ou não ela é minha melhor amiga e é difícil não tê-la por perto. Éseêne é o tipo de pessoa que você vai sentir falta, por menor que seja o espaço de tempo em que fique distante, o sentimento vai pesar no seu peito e você vai voltar diretamente para ela.

         Eu sempre volto.

         Sou despertado pelas batidas na porta, me levanto e atravesso o corredor até a sala para abrir. Greta veste uma mini saia e uma blusa tomara que caia, a única coisa que a protege do frio é um fino casaco de lantejoulas. Como não está congelando?

          Ela sorri maliciosamente para mim e entra rebolando, habilidosamente se equilibrando em seus saltos.

-- Você já sabe o caminho. – estico a mão para o corredor.

-- Não vamos nem tomar nada antes? – ela faz beicinho.

-- Greta, eu não to no clima para doce hoje, podemos apenas foder e depois você segue seu rumo e eu o meu?

          Seus olhos se abrem um pouco mais e ela pressiona os lábios em uma linha fina.

-- O que você pensa que eu sou, Niall, uma puta qualquer? – exatamente.

-- Até parece que nunca fizemos isso antes, Greta. – eu já estou ficando impaciente. – Você sabe que nunca vai conseguir velas e flores comigo.

-- Você é um ogro!

-- Você não parece reclamar disso quando tô te fodendo. – então o triunfo.

           Os cantos da sua boca se erguem e ela tira o casaco, jogando o mesmo em cima do sofá. Ela lidera o caminho pelo corredor e abre a porta do quarto com o quadril enquanto tira a blusa apertada me lançando uma piscadela.

...

          Greta está de quatro na minha frente, sua bunda empinada, meu pau está duro e pronto, deslizo a camisinha pelo mesmo e passo as mãos pelas suas costas até chegar ao seu cabelo, o puxo com força e a penetro sem aviso, ela se contorce e grita. Saio quase completamente dela então agarro sua cintura com a mão livre a puxo com rapidez na minha direção, indo o mais fundo que posso.

          Greta geme satisfeita com minha falta de delicadeza e eu deixo um grunhido escapar, ela começa a se mover junto comigo, me curvo sobre ela, o suficiente para alcançar seu mamilo e o apertar entre os dedos. Minhas estocadas são rápidas, fundas e brutas, uma camada de suor cobre nossas peles e a respiração está totalmente fora do compasso.

-- Niall... – ela geme baixinho, forço meu quadril contra o dela com força – Oh, Niall... – dessa vez mais alto. Deslizo a mão que estava em seu mamilo pela sua barriga até o ponto em que nossos corpos se juntam, fricciono seu clitóris, Greta treme e goza. – NIALL! – grita.

           Seu corpo quase despenca, mas eu seguro seu quadril enquanto seu rosto atinge o colchão, agora consigo alcançá-la com ainda mais intensidade, entro e saio com força prolongando seu orgasmo e enfim conquistando o meu com um rugido rouco. Saio dela e vejo seus joelhos falhando e ela se esticando totalmente na cama.

           Controlo minha respiração e levanto da cama, tiro a camisinha cheia e após dar um nó a jogo no lixo do banheiro. Entro no chuveiro e me livro do suor, quando saio Greta ainda está jogando na cama, por favor Deus, que ela não tenha caído no sono. Acho minha cueca e a visto.

-- Greta? – chamo.

-- Hum? – obrigado Deus.

-- Se quiser pode tomar um banho antes de ir. – digo enquanto cato sua roupa do chão e jogo em cima da cama.

-- Está me expulsando? – sua voz sai abafada pela cama.

-- Se entende dessa maneira... eu só quero dormir.

-- Pode dormir comigo. – isso me lembra do que a Éseêne me disse sobre eu tentar conhecer as mulheres que eu como e isso desperta uma exasperação em meu peito recém atingido.

-- Nem fodendo. – Eu me exalto – Pode ir, Greta.

           Ela bufa e se levanta com má vontade, veste as roupas resmungando e sai, sigo ela pelo corredor, pego seu casaco no sofá e estendo para ela. Greta abre a porta e sai para o ar frio de Londres, ela se abraça, não sinto um pingo de pena, afinal ela que quis usar essa roupa.

-- Tchau querida, até amanhã. – digo com ironia.

-- Vai se fuder, Niall. – ela levanta o dedo médio para mim.

            Eu fecho a porta e me permito rir. Porque não importa o quanto ela me odeie, amanhã ela vai ser obrigada a olhar pra minha cara, afinal, ela trabalha pra mim.

            Faço o caminho de volta para o quarto e me jogo na cama, esfrego os olhos me perguntando até quando eu vou tentar preencher esse vazio com mulheres ainda mais vazias.

Continua...

Autora Mavi Souza

Notas da Autora

Hey Angels! Ta ai o Segundo Capitulo desculpem a demora, me enrolei com a escola e o cap não saia de jeito nenhum, mas agora saiu e está enoooorme. Aproveitem e não esquecem de comentar bastante o que acharam. O Niall está sendo um babaca com todo mundo, mas ele não é de todo o culpado, espero que entendam!

Ps. Peço que observem bastante a mudança do Niall do prólogo para o Niall desse capitulo.

Beijos no cotovelo,
Xoxo,
Mavi.

GOSTOU? DEIXE SEU COMENTARÍO!

14 comentários: