Nymphomaniac || Vigésimo Capítulo

16:57 Unknown 15 Comments





Minha cabeça borbulhava com mil questionamentos. Meu sangue parecia ferver sobre minha pele. Eu nunca senti tanta raiva. Como ela pôde fazer isso comigo? Esse tempo todo enquanto "estava comigo" ela saia com outros?

   Eu sentia raiva e nojo de mim mesmo. Bati diversas vezes meus punhos fechados sobre o volante, tentando inutilmente fazer com que a dor me fizesse esquecer, mas nada era pior do que isso. Me sentir usado.

   Acelerei pela avenida, recebendo algumas buzinas, mas a minha vontade era de xingar todos. Pela primeira vez não me importava com porra nenhuma. Tudo o que eu estava sentindo diminuiu um pouco ao ver que eu já estava perto de casa e tudo pareceu melhorar quando estacionei o meu carro na mesma vaga de sempre.

   Quando estava subindo as escadas, senti o alívio tomar conta aos poucos do meu corpo, minha mente me chamou para um detalhe com um pequeno estalo. Mamãe e Gemma.

   Fechei meus olhos e me deixei ser derrotado. Sem ter mais forças, tomado por essa bosta de sentimento, me sentei no degrau da escada. Apoiei meus cotovelos em meu joelhos e afundei meu rosto na palma da minha mão.

   Eu estava fazendo tudo errado. Como eu pude deixar tudo isso acontecer? A uma semana atrás eu não ligava para nada disso, minhas únicas preocupações eram a faculdade e agora nem as aulas eu estou frequentando.

  —Você está bem? — levantei minha cabeça espantado. Droga! Agora não.

   Eu queria muito mesmo me levantar dali e fingir que não ouvi o seu questionamento, mas isso seria muito grosseiro e algo dentro de mim não me permitia ser assim.

   —Estou...— sussurrei vagamente, mas que mentira deslavada. Minha voz não tinha um pingo de de verdade, mas eu desejava que ela fingisse acreditar.

   Ela não disse nada, mas sentou-se ao meu lado, quase grudada em mim. Droga, será possível?

   —Talvez você não queira falar, mas as vezes é bom conversar com alguém — virei minha cabeça em sua direção e prestei atenção em seu rosto. Seus olhos continham um brilho esperançoso e sua voz só me transmitia disponibilidade.

   —É que...— comecei e vi seus olhos com expectativa. Porra, eu ia fazer isso mesmo? Quer dizer, eu não sei nada sobre essa mulher. Minha cabeça rodou e então eu me lembrei dela...eu também não sabia nada dela e mesmo assim deixei que fizesse essa completa confusão em minha cabeça.

   Respirei profundamente e dessa vez não olhei para aqueles olhos grandes azuis, apenas olhei para os lances de escada a minha frente e comecei a falar novamente.

   —Eu conheci ela no meu primeiro dia da faculdade...— minha voz era só um sussurro, mas era nítida perante ao silêncio que fazia naquela escada. —Eu não gostei dela de cara, quer dizer...ela chegou atrasada e chamou a atenção de todo mundo. Então ela sentou do meu lado...— as cenas se repassavam na minha cabeça exatamente como haviam acontecido. Eu me lembro direitinho de ter achado ela tão errada, mas daí eu fui pra casa dela e nada pareceu errado, nada nunca pareceu tão certo.

   —Essa garota é aquela do outro dia? — perguntou. Apenas balancei a cabeça em confirmação. —Vocês namoravam a muito tempo? —franzi meu cenho e virei minha cabeça para olhar para ela.

   —Não, você entendeu errado...a gente não namora. — vi seus olhos brilharem mais ainda com as minhas palavras enquanto um aperto tomava meu coração. Merda de sentimentos.

   —Ah... então vocês tipo... são amigos? — eu queria que ela parasse com esses questionamentos, mas a questão é que eu não poderia parar a minha cabeça de fazer as mesmas perguntas. O que diabos nós dois éramos? Amigos? Não, amigos não fazem sexo.

   —Esse é o problema, nós não somos nada. — murmurei e as palavras me atingiram em cheio, afundado meu coração mais e mais. Eu precisava sair dali.

   —Bom, a conversa foi legal...— disse enquanto me levantava.

   —Me chame de Sara.— falou levantando-se também. Apenas sorri para ela, pronto para ir embora quando ela me chamou de novo. —Não vai me dizer seu nome?

   Virei-me novamente e sorri para ela —Harry.

   —Bom...—Sara começou a mexer na sua bolsa, retirou um bloco de papel, uma caneta e começou a anotar algo com rapidez, logo depois me ergueu o papel destacado. —Ligue-me se quiser, Harry.

   Peguei o papel cor de rosa vendo a caligrafia com caneta roxa. Sorri para ela e guardei o papel em meu bolso.

   —Pode deixar, Sara.



***



   Estacionei o carro na garagem do shopping depois de ter que esperar quase vinte minutos rodando com o carro tentando achar uma vaga. Pelo menos assim tenho uma desculpa maior para o meu atraso de uma hora e meia. Porra! Mamãe vai me matar, deve estar arrancando seus cabelos de preocupação.

   Meu celular marcava quinze ligações e quatro mensagens de Gemma. Eu tentei retornar, mas só deu caixa postal, respondi suas mensagens, mas não tive retorno. Agora eu estava preocupado, espero que mamãe não tenha se perdido com Gemma por ai, nem eu conhecia a cidade, imagine elas? Droga, que merda eu fiz?

   Certamente se eu fosse de elevador eu chegaria mais cedo na praça de alimentação. Porque as pessoas não andam nessas merdas de escadas rolantes? Elas servem para serem rápidas e não para fazer as pessoas ficarem paradas esperando.

   Só sei que bati meu ombro em umas dez pessoas até que eu conseguisse subir aquelas malditas escadas, enfim cheguei na praça de alimentação. Olhei ao redor e vi aquele montão de pessoas, peguei meu celular e liguei para Gemma, mas só caiu na caixa postal, então comecei a andar por todo o lugar, tentando achar as duas. Tentei o telefone da mamãe, mas só tocava e nada.

   Porra, estou ferrado. Estava preparado para ir até a central para chamar o nome das duas pela alto falante quando um voz me gritou. Olhei rapidamente para trás e vi mamãe acenar com Gemma de dentro de um restaurante japonês. Soltei todo o ar que eu estava prendendo e praticamente corri até lá.

   —Porque você não atendeu o celular? —Perguntei assim que me aproximei da mesa em que ambas estavam sentadas, Gemma arregalou os olhos e mamãe chamou a minha atenção.

   —Harry, você foi grosseiro! Quem se atrasou foi você! —disse mamãe. Só então me toquei que eu praticamente gritei com minha irmã.

   —Me desculpe, Gemma. —sussurrei sentando-me na cadeira vazia.—A biblioteca estava cheia...—comentei tossindo para dar veracidade a minhas palavras.

  —Certo, já fizemos o nosso pedido, o que você vai querer? — mamãe me entregou o cardápio.

  —Não, eu estou sem fome...na verdade eu estava pensando se vocês poderiam pedir para levar — felei hesitante, tudo que eu queria era me deitar e dormir, o dia já tinha tomado todas as minhas forças.

   —Tudo bem, a gente volta amanhã Gemma. — mamãe cortou antes que minha irmã quisesses estender aquele almoço.  



***



   Quando fechei a porta de casa, mamãe e Gemma foram direto para a cozinha comer. Eu queria ir para o meu quarto, mas não adiantava, aquela privacidade que eu queria não estaria ali, não naquela cama onde eu dormi abraçado junto dela.

   Desisti de fazer qualquer coisa, até mesmo meu sofá eu já detestava. Aquele maldito loft inteiro tinha a presença dela. Nunca mais nada para mim iria ser o mesmo. Minha irmã trouxe três bandejas com a comida e minha barriga roncou, mamãe me olhou torto e ordenou que eu comesse algo, já minha irmã brinco dizendo que não queria dividir a comida dela.

   No fim acabamos os três no chão comendo e assistindo um programa qualquer na TV e graças as duas eu consegui superar a horas seguintes sem que em cada comento eu me torturasse pelo ocorrido. Mais tarde Gemma me disse que a bateria o seu celular tinha acabado e que mamãe não levou o dela, por isso ficamos sem comunicação. Perto da meia noite mamãe pediu licença e foi ligar para Robin, sobrando só eu e ela. 

   Eu sabia, eu conhecia ela direitinho. Havia pelo menos um milhão de perguntas que ela queria me fazer, mas nenhuma delas eu queria responder, por isso eu me retirei da sala, indo tomar um banho. Tirei minhas roupas e tentei ser o mais rápido possível, só não sei o que me incomodava mais. As paredes de vidro ou o fato dela já ter usado aquele banheiro.



   Também fui rápido na hora de me vestir e quando desci as escadas mamãe e minha irmã estavam apenas me esperando para que subissem para o quarto. Dei um beijo na testa de cada uma e desejei um boa noite. Aos níveis de me deitar naquele sofá apenas me joguei sobre o chão e caí no sono mais rápido do que imaginava. Eu estava exausto.


Notas do autor. 


Hey lindas, como estão?  
Caramba quantas novidades nós temos? Drag me down...o que acharam? Já se viciaram? 
E o que dizer sobre o Louis ser papai? Fiquei sem palavras, e estou feliz por ele!
Zayn terminou o noivado, esse me pegou mais de surpresa ainda, quer dizer ele ia se casar!
Enfim lindas, e muiiiita coisa acontecendo e segura que e só agosto!
Beijos ate a próxima. 

Xoxo:)
-Ananda.  

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15 comentários:

  1. *-* posta logo o proximo amore

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  2. Quero o proximo! Bjin Jess

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  3. OH MY GOOD... QUE PERFEITOOOO... Continua PORFAVOR to ficano doida ak eu quero q a (S/N) volte a falar com o Harry eu até ja sonhei com essa fic ta muuuuuito perfeito

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  4. CONTINUA PLEASE PLEASE FLOR!

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  5. Mdsssss posta o proximooooo

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  6. Continuaaaaaaa ~~Sarah

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  7. Mds faz eles voltarem logo pfvrrr to tendo um heart attackkk

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