Niall ' Season || Quase

14:42 Carolina 10 Comments

  Eu já passei por muitos quases; Quase sofri um acidentente de carro no ano passado; Quase comprei um sapato horrível hoje; Quase perdi minha virgindade com um babaca; Quase levei bomba na faculdade por ter esquecido de entregar o últimos trabalhos do semestre; e agora quase deixei meu sorvete cair esbarrando em um estranho.

  -- Oh.. érr.. -- perdi a fala quando olhei para cima e me deparei com aqueles olhos incrivelmente azuis -- Me desculpe -- consegui completar. Eu estava andando pelo campus distraída mexendo no celular e com minha casquinha de baunilha que tomo todos os dias e acabei batendo de frente com esse Deus Grego. 

  -- Não foi nada -- ele disse um sorriso lindo apareceu naqueles lábios. Uau.

  -- Eu nunca tinha te visto por aqui -- ele me olhou meio confuso. Mas porque diabos eu falei isso?

  -- É... eu não sou daqui. Meu primo estuda aqui, tinha umas coisas para fazer na cidade e resolvi ficar com ele no fim de semana. 

  -- Ah sim -- o que a gente fala em uma situação dessas? -- Bom, então ta, tchau. -- disse e voltei a seguir meu caminho. Eu queria conversar mais com ele, mas ia parecer uma policial em um interrogatório se continuasse ali.

  -- Ei! -- ouvi ele chamar.

  -- Oi? 

  -- Eu não sei seu nome -- ele colocou as mãos no bolso, parecia tímido.

  -- Hanna -- falei com mais vergonha que ele. Que situação esquisita.

  -- Ok Hanna, a gente se vê por aí. -- ele virou de costas e voltou para o seu caminho também. Deus, o que foi isso?  

  Passei o resto do dia normalmente. Sem outros quases, sem incidentes, sem ele. Estava indo para aula de ciências sociais, última aula de sexta, graças a Deus. Passei pela sala de literatura para buscar a Ronda - minha amiga e vizinha - e seguimos para a última tortura.

  Os minutos pareciam não passar e eu comecei a me convencer de que aquele relógio estava quebrado. Comecei a pensar nele, ele é com certeza uma das pessoas mais lindas que eu já vi na vida. Ele disse que não estuda aqui, mas será que ele estuda? Será que já fez faculdade? O que será que ele faz da vida? Qual é o nome dele? 

  -- Hanna? -- Ronda me cutucou.

  -- Oi -- falei baixinho.

  -- O que está acontecendo? Você está mais distraída que o normal.

  -- Nada, eu só odeio essa aula.

  -- Ninguém gosta, mas nem por isso estão todos desenhando sorvetes em todas as folhas do caderno -- olhei para baixo. Meu Deus, quando eu fiz isso? Eu devia estar realmente muito distraída. 

  -- Bom... -- comecei -- eu conheci alguém hoje.

  -- Hummmm 

 

  -- Mas eu não sei nada dele, a gente só se esbarrou e eu quase derrubei sorvete nele.

  -- Agora faz mais sentido. Como ele era?

  -- Loiro, com os olhos incrivelmente azuis e mais branco que essa folha de caderno. -- Ronda riu -- Ele me disse que está na casa de um primo que estuda aqui. -- Ronda arregalou os olhos.

  -- Oh Deus. 

  -- Que foi? -- perguntei preocupada.

  -- Com certeza é o Deus Grego que o campus todo está comentando. Estão todos falando que o primo gato do Tob, da aula de sociologia, está ai. Ele largou a faculdade ano passado e montou uma banda, algo assim. É por isso que ele veio pra cá, a banda dele vai se aprentar naquele barzinho que tem aqui perto, essa noite.

  -- Ah -- eu preciso ir nessa apresentação -- Você sabe o nome dele?

  -- Não lembro -- ela parou um pouco -- Começa com N ou M, sei lá. -- grande ajuda, Ronda.

  A aula acabou. Fechei meu caderno e me levantei.

 -- Nós vamos nesse bar -- falei enquanto saíamos da sala.

 -- Já tenho planos para essa noite, Hanna.

-- Sim, você tem mesmo. Vai no bar comigo. -- fui andando na frente antes que ela recusasse.

  -- Que saco, Hanna! -- ouvi ela resmungar ao fundo. Eu preciso ver ele de novo e não posso ir sozinha. 

...

*Já está pronta?*

Mandei uma mensagem para Ronda assim que terminei de passar meu batom vermelho, último item da minha produção. 

*Sim* *Gostaria de lembrar que não estou contente* *Vamos no seu carro ou no meu?*

*No seu*

*Ok, então vem logo*

  Peguei minha bolsa, me olhei no espelho mais uma vez e saí.

  -- Uau, ta linda! -- Ronda falou ao me ver. Eu estava com uma saia de jeans preto, um cropped, uma jaqueta de couro e uma botinha com um salto baixo.

  -- Obrigada! Você também está. -- Ronda estava com um vestido soltinho branco e uma jaqueta jeans. E uns saltos baixos também.

  Entramos no carro e seguimos para o tal bar. Quando chegamos fiquei assustada, era muito grande, ele nunca vai me ver aqui. Ronda foi andando, parecia íntima do local.

  -- Já veio aqui? -- perguntei seguindo ela.

  -- Muitas vezes -- ela se direcionou para uma mesa no canto onde estava Jacob e Kendall, eles sempre saíam com a gente. Jacob era gay e eu podia dizer que era o mais engraçado que eu conhecia, era ótimo sair com ele.

  -- Nossa, vocês estão lindas! -- Jacob logo se pronunciou. 

  -- Obrigada -- respondemos em uníssono. Isso aqui é tipo uma mini boate, não é um barzinho.

  -- Vou pegar uma bebida -- falei e fui andando em direção ao bar. Sentei em um dos banquinhos.

  -- Um whisky, por favor.

  -- Nossa, um pouco forte para começar, não acha? -- eu conheço aquela voz. Ela passou o dia todo na minha cabeça. Era ele. Olhei para o lado e quase caí do banco. Ele estava com uma blusa azul marinho, com uns botões abertos em cima, uma calça jeans e uma botinha. Que gato!

  -- Ah, oi -- foi a única coisa que consegui dizer.

  -- Oi Hanna -- ele sorriu -- Uma água, por favor. -- olhei para ele e fiquei até sem graça, eu pedindo whisky e ele água. -- Vou me apresentar daqui a pouco, tenho que estar sóbrio -- ah, entendi. Rimos. O barman colocou meu copo e a água dele a nossa frente. Ele pegou a garrafa e foi andando. -- Espero que goste do show!

-- Ei -- chamei -- Eu nem sei seu nome -- usei suas palavras e ele sorriu.

-- Niall -- é com N. Sorri, peguei meu whisky e o virei nos lábios. Desceu quente e maravilhoso como sempre. 

  -- Gente, agora para vocês a banda... -- ouvi um cara falar no palco mas meu celular tocou. 

-- Oi -- falei com o celular em um ouvido e a mão cobrindo o outro para conseguir ouvir.

-- Cade você? -- a voz berrou do outro lado.

-- Quem é? -- eu nem tinha visto o nome no visor quando atendi.

-- Ronda! -- ela gritou em tom óbvio. 

-- Ahh. To no bar! 

 -- Vem pra cá, você me obrigou a vir e vai ficar aqui comigo. -- faz sentido. Olhei para o palco e a banda do Niall já estava posicionada.

-- Eu não ouvi o nome da banda. 

-- E? 

-- Você ouviu?

-- Não, nem prestei atenção. Vem logo! 

-- Ta. -- desliguei e pedi mais uma dose de whisky. Em pouco tempo meu whisky já estava na minha frente, peguei o copo e fui andando para a mesa onde eles estavam.

-- Boa noite! -- Niall gritou no microfone, neste momento eu estava passando bem em frente ao palco. Ele me viu. Me encarou e sorriu -- Gostaria de dedicar essa música a Hanna -- me encarou novamente e depois se virou e falou alguma coisa com o baterista. O que está acontecendo? Eu ouvi direito?

...

  O show acabou e eu ainda não estava acreditando que ele tinha dedicado uma música pra mim. Me distraí conversando com Ronda e Jacob, Kendall foi encontrar o namorado. Senti uma mão em meu ombro, me virei e era ele.

-- E aí, o que acharam? 

-- Eu adoreeeeei. Vocês são incríveis! -- Jacob quase gritou. 

-- Eu gostei muito também -- Ronda respondeu simplesmente. Eu fiquei quieta olhando para ele.

-- E você Hanna? -- seus olhos invadiram os meus e por um segundo acho que perdi o dom da fala.

-- Achei incrível -- consegui dizer depois de um tempo. Ele sorriu.

-- Vai fazer o que depois daqui? -- ai Deus. Eu saio com ele ou não? A gente nem se conhece.

-- Até agora, nada. 

-- Quer dar uma volta? 

-- Pode ser -- meu coração está batendo muito mais forte que o planejado. 

-- Eu vou lá falar com os caras e passo aqui daqui a pouco, ok?

-- Ok! -- preciso de mais whisky. Assim que ele saiu da mesa começaram os burburinhos.

-- Uau! Como você é sortuda! Meu Deus, eu nem sei o que faria se um boy desses falasse assim comigo -- Jacob falou se abanando. Ele não perde uma.

-- Cachorra! Você conseguiu! Ele é um gato! -- Ronda falou em seguida.

-- Gente, menos! Nós só vamos dar uma volta. -- falei, mas por dentro estava tão animada quanto eles. Eu sentia que já conhecia ele, era como nostalgia quando nos falávamos. Era muito estranho. Me levantei e fui até o bar, mas não pedi whisky, queria algo mais forte.

-- Tequila, por favor! -- pouco tempo depois a dose estava a minha frente. Peguei e virei rapidamente, o líquido desceu rasgando minha garganta. Mas me senti bem. Ia pedir outra quando ele apareceu do meu lado.

-- Vamos? -- apenas assenti e o acompanhei. Saímos do bar e meu ouvido estava com aquele zumbido insuportável.

-- Para onde nós vamos? -- falei quase gritando por conta do zumbido. 

-- Tem um lugar que acho que vai gostar de ver. -- ai Deus. Ele segurou minha mão e foi me puxando pela rua. Andamos um tempo em silêncio até que chegamos a um prédio muito alto. 

-- Vamos entrar ai?

-- É o plano. Vem! -- o segui. Fomos subindo.

-- Me falaram que você largou a faculdade, porque fez isso? -- neste momento ele abriu uma porta grande e saímos no terraço do prédio. Uau! Que vista maravilhosa!

-- Bom, na verdade eu tomei a decisão de sair da faculdade a primeira vez que vim aqui.

-- Porque?

-- Está vendo bem essa vista? Podemos ver quase a cidade inteira daqui e é isso que eu quero, eu quero poder ver tudo, ver uma cidade inteira e não apenas um escritório todos os dias -- eu estava deslumbrada com a vista -- Você entende? -- vendo tudo aquilo até que fazia sentido.

-- Entendo -- falei sem tirar os olhos de tudo aquilo. Parecia que a cidade inteira estava na palma das minhas mãos. Era como uma casinha de boneca. Era incrível.

-- E você? 

-- Eu o que?

-- Quer a cidade inteira ou só um prédio? 

-- Para lhe ser sincera, eu não tenho idéia. -- eu nunca tive muita certeza do que faria com a minha vida e agora depois do álcool e dessa vista é que eu não sabia mesmo. Niall apareceu atrás de mim e tapou meus olhos com as mãos. 

-- Fecha os olhos, libera a mente e pensa. O que você quer? -- ele falou no ouvido. Meu corpo inteiro se arrepiou. 

-- Eu quero te beijar -- as palavras saíram sem meu comando. Ouvi ele rir baixinho e antes que eu pudesse me jogar lá de cima de tanta vergonha, ele me virou, segurou meu rosto, me encarou e me beijou. É, era exatamente isso que eu queria. Correspondi o beijo rapidamente. Era como se eu tivesse passado a vida esperando por isso. Seus lábios me transmitiam uma sensação tão boa, me sentia completa. O álcool devia estar ajudando também. A prova de que o álcool estava trabalhando em meu sangue foi quando eu agarrei uma cintura e o puxei para perto de mim e ao mesmo tempo mordi o lóbulo de sua orelha e fui com a língua até o seu queixo. Suas mãos foram parar na minha bunda e ele nos aproximou ainda mais. Soltei um gemido baixo quando minha intimidade encostou em seu membro já ereto. Puxei seu lábio inferior entre meus dentes e dessa vez ele deu um gemido baixo. Desci minhas mãos até a barra da sua camisa e a puxei para cima, joguei ela no chão e ele me olhou sorrindo. Está tudo acontecendo tão rápido mas parece tão certo. Tirei minha jaqueta e joguei no chão em cima da blusa dele. Ele rapidamente abriu sua calça e a empurrou para baixo, fiz o mesmo com minha saia e agora estávamos ali, frente a frente, só com roupas íntimas e com a cidade inteira para nós. Ataquei seus lábios de novo e agora nossos beijos eram muito mais fortes e intensos, até um pouco desesperado. Ele parou o beijo, abriu sua camisa no chão, me puxou e me deitou ali. Niall deitou seu corpo sobre o meu e voltou a me beijar. Com delicadeza ele retirou minha calcinha e eu arranquei sua cueca. Ele começou a beijar meu pescoço e lentamente penetrou em mim. Meu Deus. Acho que essa foi a melhor sensação da minha vida, eu conseguia sentir cada fibra do meu corpo, todos os meus sentimentos estavam juntos e foram liberados em um gemido quando ele aumentou a pressão. Sexo é sexo, mas tem uns que marcam e esse com certeza vai ser um desses. Minha cintura se movimentava junto com a sua e trabalhamos em perfeito sincronismo. A gente passa a vida inteira procurando algo que nos faça bem e não espera que essa coisa apareça do nada e transe com você em um telhado. Ele aumentou muito a velocidade das estocadas e gemi alto, foi quando ele tirou seu membro de mim e deixou que seu esperma caísse no chão. Ele ficou de joelhos, me encarando.

-- Você é tão linda -- eu não sabia o que dizer, eu não sabia se estava envergonhada ou extremamente feliz. Eu sei exatamente o que eu quero -- Eu vou ter que ir embora amanhã -- ele falou com a voz um pouco mais baixa. -- O que? Mas que merda.

-- Eu não quero um prédio -- falei quando ele estava se levantando e começando a se vestir. 

-- O que? -- ele falou fechando a calça.

-- Eu também quero a cidade inteira! -- ele sentou do meu lado e envolveu seu braço no meu ombro.

-- Vem comigo -- disse simplesmente. Eu sei que é loucura, mas é o que eu quero. Fiquei um tempo em silêncio.

-- É loucura, deixa -- ele já ia se levantando, segurei seu braço o puxando para baixo. 

-- Eu vou - falei um pouco baixo, mas ele ouviu.

-- Jura?

-- Sim. 

... 

-- Você não pode fazer isso, está louca? -- Ronda já estava falando a mais de uma hora.

-- Eu venho te visitar! 

-- Você não pode fazer isso, não pode simplesmente deixar tudo para trás. Isso porquê ia dar só uma volta com ele, né. 

-- Ronda... para! -- eu já estava de saco cheio. Não é a decisão mais sensata que já tomei na vida mas parece a mais correta. -- Eu estou feliz, você pode por favor ficar feliz por mim também? 

-- Tudo bem. -- falou derrotada --Vou estar aqui se der errado. -- uma lágrima caiu de meus olhos e eu a abracei com mais força do que nunca. 

-- Eu te amo.

-- Eu também, sua louca!

 Terminei de arrumar tudo, dei mais um abraço na Ronda e ouvi a buzina. Ele havia chegado. Saí ao encontro dele, entrei no carro e lhe dei um beijo. 

  Podia parecer loucura e na verdade era mesmo, mas porque não? A gente só vive uma vez. Um prédio não nos proporciona todas as emoções que uma cidade inteira pode proporcionar. Se você for parar para pensar a vida é feita de quases, muitas vezes os quases são mais excitantes, um quase as vezes te da mais frio na barriga do que um eu consegui. Eu gosto dos quases. Eu quase posso me imaginar passando o resto da vida com o Niall. E tudo isso por causa de uma quase queda de sorvete. Talvez, seja o quase que nos completou. Talvez, ele seja o meu maior e mais completo quase. O melhor quase da minha vida.

Helouuu

 

Oi meus amores, demorei um pouco mais postei um do Niall delícia. Ainda estou sem computador mas consegui baixar o blogger no meu celular e vou escrever e postar por aqui mesmo por enquanto. É mais complicado mas é melhor do que ficar sem postar, né. Espero que gostem! Comentem meu povo! Adoro vocêsss!

Beijokasss