Nymphomaniac || Oitavo Capitulo.|| Parte I.

15:25 Unknown 5 Comments


Eu fui suspenso. Eu levei uma suspensão da faculdade por uma semana. Eu fui suspenso da faculdade na minha primeira semana. Mas é claro que eu tinha TUDO a perder perto daquela mulher. Eu simplesmente não acredito que me deixei levar por ela, como pude ser tão inocente? Como pude ser tão burro? Quando saí do gabinete do diretor estava furioso, me sentindo completamente humilhado. Enquanto andava atá as escadas - porquê se antes eu já não curtia elevadores, agora mesmo que eu os odeio-, eu sabia que ela estava atrás de mim. Aos níveis de ficar calada, como devia, (sn) apenas abria a boca para falar asneiras na frente do diretor fazendo a situação ficar pior e por vez me fazendo pegar mais raiva da cara dela.
Quando enfim cheguei a sala a maioria dos alunos já estavam lá, porém sem professor, entrei e peguei minha bolsa, saí dali as pressas, não queria ficar com os olhares dos alunos em cima de mim. Fui direto para o último andar, passei pelo Hall e fui até a garagem e ela estava logo atrás de mim.
Apressei-me a retirar a minha chave da bolsa, fui até meu carro e estava pronto para entrar e sair dali o mais rápido que pudesse.
--E ai, Harry ? Que ir lá pra casa? -- na hora não pude nem acreditar que ela estava me propondo aquilo. Virei-me e olhei bem para a cara dela, queria saber se aquilo era algum tipo de palhaçada comigo.
--Você enlouqueceu de vez? Eu quero distância de você! Nunca na minha vida eu fui tão humilhado, eu nunca tomei uma suspensão, eu nunca nem se quer fui para a diretoria por motivos de reclamação, as coisas só deram errado depois que você apareceu! -- apontei meu dedo bem no meio da sua cara, por que sinceramente eu precisava urgentemente culpar alguém pelo o que aconteceu naquela merda de elevador e nada mais justo, já que por causa dela eu estou suspenso, culpá-la.
--Qual é? Aquele diretor é um idiota, aposto que ele se masturbou vendo eu te chupando. -- não sei ao certo qual foi a minha reação, só sei que precisava sair dali o quão antes possível.
--Vai dizer que não gostou?
--Fica. Longe. De. Mim. -- rosnei por entre os dentes, quis sair dali rápido, porém antes que eu pudesse fugir daquela mulher dos infernos, ela já estava bem perto de mim, perto o suficiente para me fazer cometer loucuras, como aquela merda que fizemos no elevador.
--Como quiser. -- engoli à seco, então ela aproximou-se tanto de mim que eu podia gritar para afastá-la, mas a verdade era que eu pouco queria ela longe, foi quando ela aproximou seus lábios dos meus, achei que fosse me beijar, mas só recebi uma leve mordida em meu lábio. -- Qualquer coisa, sabe onde me encontrar.
Então, ela se afastou tão sorrateiramente de mim como se aproximou. Havia algum problema comigo, eu sabia disso, por que eu estava entrando em constante contradição, eu queria ela perto de mim assim como no instante seguinte eu podia querer ela bem longe.
Então antes mesmo que eu pudesse correr atrás dela, por que simplesmente só olhar ela andar rebolando daquele jeito, era capaz de me fazer mudar de ideia em frações. Entrei em meu carro e ativei a trava de segurança, precisei de uns vinte segundos para enfim conseguir estabilizar a minha respiração e a única coisa que passava em minha mente era ela chupando meu pau. Vá em frente e me julgue.
Acho que agora é a hora de usar aquele típica palavra tão vulgarmente usada constantemente. Estou parando de pensar com a cabeça de cima para pensar com a de baixo.
Quando eu pareci apenas um pouco mais instável decidi dar parte em meu carro e para confessar eu estava tremendo de medo, eu não parava de repetir todos os momentos daquele elevador na minha mente e isso podia não só acabar com as minhas chances de afastar (sn) de mim, como também fazer com que eu acabe enfiando meu carro clássico em um poste. Eu definitivamente não estava raciocinando com uma cabeça segura.
Saí do estacionamento e entrei direto na principal, dobrei logo no fim da primeira esquina e entrei na via expressa. Foi difícil, uma tarefa que para mim antes era tirada de letra e hoje foi como se eu eu voltasse aos meus 16 com meu padrasto me ensinando a dirigir com garrafas no meio da rua. Eu estava tremendo e suando, de repente me peguei com mais medo ainda, por que mesmo que fosse difícil, com a via cheia daquele jeito, se aquele senhor policial me pegasse daí sim ele podia achar que eu estava usando alguma droga ilícita, mas era só a droga do meu pau que não entendia o significado da palavra DISTÂNCIA.
Novamente estacionei meu carro de qualquer jeito na vaga, dei graças aos céus que mesmo que eu não merecesse Deus fez aquela escada estar livre para meu uso.
Subi os degraus rapidamente e assim que cheguei no tão conhecido corredor, adivinha? Sim, Deus me dá uma mão mais tem que ter uma provação, né? É, lá estava a mesma garota que me pegou dentro do elevador em uma situação um tanto quanto mais que constrangedora. Tentei não parecer nervoso, mas para ser sincero comigo mesmo aquela era uma das últimas coisas que a minha nova pensadora cabeça estava preocupada.
Engoli em seco e peguei minha chave, rezei para que a garota não quisesse puxar papo e enfim Deus ouviu minhas preces, entrei em meu Loft sem dirigir nenhuma palavra aquela indivídua que sabia de algo ao meu respeito. O maluco excitado do elevador.
Hoje não escorreguei pela minha porta, apenas lamentei por aquele péssimo dia. Agora minhas expectativas eram as únicas que me manteriam seguro, eu ate posso tentar olhar isso como um todo e partir para o lado bom, eu posso passar minha semana aqui enfurnado e rezar mais mil vezes para que agora ela mantenha uma distância segura para que minha cabeça de cima pudesse raciocinar mais alto que a minha nova cabeça. O único problema é que eu estou começando a achar que nenhuma distância dela é segura.
Acontece que eu já li muito sobre isso, mas desta vez os papéis estão invertidos, afinal quem nunca viu um filme de romance adolescente? Ou leu um livro com uma história mais que clichê? Só que no meu caso, não existe um eu que dirija uma moto, que curta beber cerveja ou que tenha milhões de garotas siliconadas se esfregando em mim. Mas o pior...(sn) não é inocente.
Me afastei da porta e fiz meu trajeto, quase rastejando, até as escadas. Hoje, por mais que eu não estivesse afim, eu precisava fingir, mesmo que fosse apenas para mim, que tudo estava bem. Sinto que faço drama para pouca coisa, afinal um dia todos os homens passam por isso, não é? O problema é que eu não sei, meu padrasto estava sim lá para mim, mas nunca tive coragem suficiente para perguntar sobre essas coisas, até que Louis me disse que a tal conversa só acontece com garotas...Louis...preciso do meu amigo.
Ao chegar em meu quarto pego meu Iphone no bolso da calça e enquanto vasculho a minha lista telefônica vejo o nome Mãe e sinto um remorso, nem no meu primeiro dia de aula eu liguei para ela e simplesmente não posso fazer isso agora, já que pretendo guardar segredo sobre essa suspensão. Então eu apenas rolo meu dedo e chego até o nome Louis. Ele toca apenes três vezes e rapidamente ouço a foz extremamente fina, porém agradável do meu amigo.
--E aí mano brother. -- solto uma risadinha nervosa, eu tenho que falar para alguém e meu amigo não vai me zoar por isso.
--Eleanor está com você? -- começo, não quero que a namorada do meu amigo saiba dos meus problemas.
--Ela acabou de sair, amanhã vai ter a primeira prova de admissão e a mãe dela não deixou ela passar a noite comigo. Mas o que você deseja? Sua mãe me disse que você ainda não ligou para ela, o que o garotinho Hazza está fazendo de errado por essas quebradas? -- algo em Louis que me divertia era o jeito que ele falava, era inegável o forte sotaque, mas Eleanor era americana e claro Louis fazia tudo para agradá-la, até mesmo falar desse jeito ridículo só para ela sentir-se um pouco mais perto da sua terra. Ele a amava e eu admirava isso e desejava para mim o mesmo que ele tinha.
--Eu andei um pouco ocupado.-- respondo simplesmente a maior mentira que já disse. Na verdade, existe muita verdade nessa frase, só não quero dizer o complemento que vem com ela, ou seja, com o que eu estive ocupado. --Tá, se você me disser que é com aquela tal mulher lá, eu não digo para a dona Anne que o filhinho dela enfim tem prioridades maiores. -- fechei meus olhos e respirei fundo. Ok, eu deveria estar preparado para isso.
--Sim, eu estava ocupado com a mulher. -- soltei antes que eu pensasse, quer dizer meu pau pensou por mim.
--Você já comeu ela? -- engasguei com a minha própria saliva.
--Louis!
--Harry, pelo amor de Deus, é assim que funciona! Você está interessado nela? -- parei para pensar um segundo, mas nem precisava eu estava loucamente interessado nela.
--S-sim.
--Então é simples, você vai ficar com ela. Faça sexo! Se ela for a sua garota você vai ficar e se não for, tem outras milhões pelo mundo, meu caro. -- engoli seco.
--Isso vai fazer ela sair da minha cabeça? -- pergunto.
--Talvez...mas tenta, pode ser que sim. -- apesar dele não ter me dado uma certeza, isso pode funcionar. Mas que merda eu estou fazendo? Seguindo conselhos do Louis?
--Ok Louis, eu te ligo amanhã, diz para a mamãe que agora estou um pouco ocupado, mas que no fim de semana eu ligo para ela. -- estou decepcionado, achei que tivesse um jeito do esquecê-la, mas segundo Louis é só enfrentar e eu definitivamente não pretendo fazer isso.
--Boa noite brother.
--Boa.
Então eu desligo. Decido que não quero dobrar as minhas roupas, então apenas as tiro e deixo-as jogadas sobre o carpete, depois entro em meu banheiro, ligo o chuveiro na água gelada, sei do frio que faz hoje, mas quero ter certeza que não usarei minhas mãos para dissipar nenhum pensamento recorrente a ela.
Mas o que aconteceu é que mesmo com a água fria eu fiquei excitado, isso nunca havia acontecido. Que droga a minha vida está se tornando? Porque eu tive que justamente conhecer ela?
Então chego ao meu limite e simplesmente não consigo me conter. Que se dane tudo, não é mesmo?
Saio do box molhado, tento me secar, mas isso fica em segundo plano. Coloco minhas calças e um moletom e pela primeira vez em oito anos, saio de casa sem pentear meus cabelos ou fazer qualquer que seja um dos meus rituais. Eu vou esquecer aquela desgraçada. Vou fazer sexo com ela.

Continua...
Escritora: Ananda Alves.

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