Fix Me || Sétimo capitulo.

16:27 Unknown 1 Comments



.Fix Me.
.Kaya Narrando em primeira pessoa.
Capitulo:
.I'll kiss you Kaya.

Musica para o capitulo:AURORA - Conqueror.



"Como na ficção, em cada vício 
Oh, a ilusão está tomando conta, acorde-me 
Eu estive procurando pelo conquistador 
Mas parece que não está vindo em minha direção 
Eu estive procurando por alguém especial..."
-AURORA,Conqueror.



   Dizer que o almoço foi agradável seria um completo eufemismo. O cheiro da carne me fez querer vomitar. Apenas meia hora depois de ter chegado tive que sair às pressas da mesa, quase esbarrando no coitado de um garçom em busca de um banheiro. Quando enfim achei um, mal deu tempo de me ajoelhar no vazo, literalmente cuspi todo para fora.

   Ao sair do banheiro Niall estava me esperando com cara taxo na porta. De qualquer forma, depois disse momento catastrófico e ao mesmo tempo épico ele deve ter desistido de mim. Dou meu melhor sorriso de desculpas e ele revira os olhos, mas pega a minha mão e me leva ate a recepção.

   Faço a única coisa que me parece de bom censo e me ofereço para pagar a conta.

   -Não precisa, o meu rodízio nem chegou à mesa. – depois desse fora, decidi ficar quieta, quanto Niall encerrava o pedido da mesa.

   -Me desculpe. – pedi com sinceridade quando já estávamos fora do restaurante. – Eu tentei avisar. – dou outro sorriso que pouco parece funcionar, realmente ele está aborrecido.

   -Tudo bem, eu deveria ter imaginado. – ele diz ironicamente, dando aquele sorriso de lado que agora não parece sexy e sim um pouco irritante.

   Porque diabos eu estou me sentindo culpada?

   -Olha, eu não tenho culpa.

   -E realmente não tem. – ele da de ombros.

   -Você está sendo arrogante comigo. – depois que eu digo isso ele para no meio da calçada e se vira para mim com os olhos se estreitando.

   -Ok, desculpa. Eu só...- Niall solta uma lufada de ar e desvia os olhos de mim, certo ele apenas parece um pouco decepcionado.

   -Não, tudo bem. Olha...eu acho que te devo um almoço certo? – digo e imediatamente ele volta a olhar para mim, agora com os olhos normais brilhantes e azuis de uma forma diferente no sol.

   -Imagino que sim. – ele solta uma risadinha e eu o acompanho.

   -Eu vou cozinhar para você. – aponto meu dedo cutucando seu peito firme. Niall frase a testa e solta outra risada, só que desta vez mais espalhafatosa. –Hey não ri de mim, não!

   Ele solta um leve tossido e se afasta ainda rindo mesmo que tentasse disfarças pondo a mão na boca.

   -Ok então. Eu duvido que seja algo melhor que meu rodízio, mas vamos lá Kaya. – e lá está...exatamente a versão do seu sorriso sexy, diabolicamente sexy. Isso e um desafio, só pode.

***

   -Você e rica, não é? – Niall solta assim que alcançamos o ultimo lance de escadas do prédio para chegar à porta azul bebe da minha casa.

   -Que tipo de pergunta e essa? – Me viro para ele que está ocupado demais olhando os cantos.

   -Qual é. Você mora do centro, nesse lugar que e.... Que nem naqueles filmes ‘saca? Isso daqui e cara de casa de artista.

   -Você ainda nem entrou...

   -Sabe o que eu acho? Na verdade tenho certeza! Sua casa deve ser tipo, sem parede nem nada... - enquanto ele ia falando suas mãos gesticulavam como se desenhasse o ambiente no ar. – o chão nem deve ter lajota. Isso e cara de rico. Pra que lajota? Deixa no cimento mesmo, e rústico.

   Começo a rir descontroladamente, ate minha barriga literalmente doer. Niall e um cara engraçado.

   -Só pelo fato de você estar rindo assim, sei que acertei em cheio.

   -Ai, eu não sabia que eu era tão previsível. – balanço a cabeça negativamente. –Em minha defesa eu comprei o apartamento e não mudei nada além da cor.

   -Isso não te livra do fato de ser rica! – me viro para abrir a porta de casa e entro sem olhar para trás.

   -Vai dizer que você, um dono de um estúdio de tatuagens e pobre? – tentando ignorar o ritmo acelerado do meu coração, por nesse exato momento ter Niall no meu apartamento, e tento fazer tudo o que sempre faço quando chego em casa; ponho as chaves na mesinha e pego as correspondências, mesmo que já tenha lido elas ontem.

   -Primeiro, eu sabia que estava certo. E segundo, eu não vivo em função de dinheiro. – viro-me para ele a tempo de ver seu dar de ombros despretensioso.

   -Assim você me ofende.

   -Não quis dizer que você vive em função do dinheiro Kaya.

   -Me conte a sua historia então, Niall menino não rico. – tento dar um sorriso tão sexy como o seu, sabendo que falhei miseravelmente no ato.

   -Acho que o correto é primeiro as damas. – e então ele me mostra como realmente se da um sorriso sexy.

   -Correto, mas acredito que eu não seja tão interessante assim. – Sigo andando para a cozinha sabendo que ele esta me seguindo.

   -Duvido muito Kaya. – Eu já disse que amo o pronunciar do meu nome a voz dele? E demais para mim.

   -Então senta ai, eu adoro falar enquanto cozinho.

   -O que você vai fazer? – Ele pergunta curioso enquanto se senta no banco alto da ilha.

   -Que tal uma lasanha?

   -Eu duvido muito que lasanha vegana seja gostosa, mas eu topo tudo.

   -Você vai ficar com cara de bobo depois que provar a minha lasanha! E digo mais, e boa, mas não tão boa quanto à da minha mãe... – Ele esta rindo de mim abertamente.

   Sentado, bem ali onde eu mesma sento todas as manhãs para fazer minhas refeições, está ele. Niall, um cara que eu nem conheço, com os cotovelos apoiados na bancada de mármore, as mãos sobre os lábios tapando seu sorriso. Quão ferrada eu estou nesse momento?

   Viro-me contra minha própria vontade, porque eu tenho medo de olhar muito para ele. Começo a pegar os ingredientes para a lasanha com aquela sensação no cangote, eu sei que ele está me encarando. Talvez ele esteja olhando a minha bunda? Eu nem me lembro de ter avaliado meu bumbum no espelho essa manhã.  Droga, eu sou oficialmente uma besta.

   -Então Kaya?

   -O que? – respondo rápido demais. Talvez tenha soado esquisito, mas afinal o que eu faço que não aparenta ser esquisito?

   -Você ia me falar sobre você...

   -Há sim...é...o que você quer saber?

   -Como foi a sua infância? – engulo a seco enquanto permaneço de costas.

   -Minha infância foi tranquila. – Digo, e ele solta um murmuro. – Bom, eu cresci em uma casa não muito longe daqui. Meu pai e britânico, minha mãe e indiana, mas eu nunca fui à índia. Para falar a verdade nunca sai do país.

   -jura? – Niall me interrompe, seu tom de voz emite incredulidade.

   -Sim, por quê? – dessa vez eu me viro para olhar seu rosto.

   -Você nunca foi nem na Irlanda?

   -Hum, não. – digo.

   -Por quê? – dou de ombros e respondo um simples “não sei”.

   -Você por acaso e um homem viajado Sr.Niall? 

   -Mais do que você, pelo que posso ver. Pelo menos eu já fui à Irlanda. Na verdade eu sou irlandês.

   -Eu já imaginava. – digo e me arrependo logo em seguida.

   -Como assim?

   -Seu sotaque... – aponto o dedo para a minha garganta. Não quero parecer uma idiota que reparou muito nele.

   -Eu já moro aqui há bastante tempo, pensei que tinha me livrado um pouco do sotaque.

   -Isso te incomoda? – pergunto confusa.

   -Não. Só imaginei errado, nunca ninguém me falou sobre meu sotaque. – ‘e porque talvez as pessoas não reparem tanto quanto eu reparo em você’.

   Volto a fazer o que eu estava fazendo antes, dessa vez tentando me concentrar de fato.

   -Continue...

   E com muito afinco eu conto tudo o que posso contar. A verdade e que minha vida e muito pacata, não tem grandes emoções. Conto sobre a escola, sobre a faculdade, alguns fatos engraçados da adolescência. Ele me ouve calado, abrindo a boca para falar apenas algumas vezes, comentando sobre minha vida ou perguntando “o que diabos você está fazendo ai?”.

   No decorrer do tempo eu me divertido muito. Niall e um cara engraçado, as vezes irritante, mas ainda assim divertido. Isso me faz pensar que eu facilmente poderia me apaixonar por ele. Me repreendo no instante seguinte em que penso isso. Tudo o que eu não sou e ser uma boba. Eu sei muito bem o que está rolando aqui, e de modo algum posso me deixar levar.

   -O que foi? – Ele pergunta. Eu acabei de por a lasanha no forno e de repente o ar pareceu pesado por conta dos meus pensamentos.

   -Há nada.  – dou de ombros sorrindo – Acho que agora e a sua vez.

   -Se você acha que a sua vida e parada, ainda então... Nem sei com o que comparar.

   -Você está com cara de mentiroso.

   -E verdade. Eu também morei com meus pais, na verdade por um bom tempo mesmo. Meu sonho sempre foi ter o estúdio, eu adoro o que eu faço. Passei minha adolescência inteira e boa parte da fase adulta juntando dinheiro para conseguir abrir o estúdio. Eu morava na garagem dos meus pais. – ele diz e ri, como se estivesse se lembrando de tudo.

   -Nossa.

   -Sim, foram tempos loucos. E mesmo depois de ter o estúdio ainda morei uns dois anos na mesma garagem. No primeiro ano que morei sozinho, eu só andava nu. Ate hoje na verdade – começamos a rir no mesmo momento.

   -Deus! Não acredito.

   -Ue, porque?

   -Você e impossível.

   -Se você me disser que nunca andou pelada em casa vou começar a achar você estranha.

   -Eu achei que você já me achasse estranha... - digo franzindo as sobrancelhas. Niall ri de mim e balança a cabeça levemente.

   -Quer algo para beber?

   -Depende, o que você tem ai?

   -Nada de cervejas.

   -Serio? – ele me olha com uma cara muito engraçada, como se eu fosse um bicho de sete cabeças.

   -Sim, eu não gosto de cerveja.

   -Já sei você não ingere álcool? – abro um sorriso pequeno e balanço a cabeça negativamente.

   -Já ouviu falar em vinho? – ergo uma sobrancelha sugestivamente.

   -Há claro, como não imaginei antes? Você e culta demais para tomar cerveja na boca da garrafa.

   -Eu bebo vinho na boca da garrafa.

***

    Uma garrafa de vinho mais trade a conversa já tomou rumos e mais rumos diferentes. A lasanha acabou quando ainda estávamos na segunda taça. Nem pratos usamos, apenas colocamos a travessa no meio da bancada e comemos garfada por garfada.

   -Ok, tenho que dar o braço a torcer, isso estava uma delicia. – começo a bater palmas rindo mais do que realmente estou feliz. – Mas...

   -Há não! – protesto antes que ele termine de falar.
   -...Não vou parar de comer carne.

   -Seria muito difícil para você de qualquer forma. Como também seria para mim, começar a comer carne do nada. Vomito só de sentir o cheiro!

   -Há eu percebi ’né...- então nós dois caímos nas gargalhadas exageradas, e assim como começaram repentinamente elas também se vão e só sobram olhares.

   O vinho tornou meu corpo todo quente, mas começo a duvidar se foi realmente apenas o vinho. Seus olhos são tão azuis, existem também pontos roxos...brancos...e diferentes tons de azul.

   -Seus olhos são tão lindos...- Niall baixa a cabeça e quando volta a ergue lá há um pequeno sorriso de canto que não e sexy, e sim extremamente fofo. Na parte superior das suas bochechas pequenos furos de formam, e eu quero chegar mais próximo para gravar essa adorável cena para sempre.

   Inconscientemente ou conscientemente, não sei ao certo, começo a me levantar na cadeira erguendo meu corpo para chegar mais perto e ele para de rir me encarando seriamente.

   -Não...volte a rir! – então ele ri, mas e diferente dessa vez, os buraquinhos não aparecem, só aquela versão sexy...e conquistadora. Não e ruim, só não e o meu sorriso preferido dele. – Não e assim. – digo acusatoriamente.

   -Como e então Kaya? – Niall pergunta também erguendo seu corpo, ficando bem próximo de mim.

   -Não sei, mas não e assim que você faz para ficar com os furinhos. As suas bochechas tem que estar mais erguidas, e os lábios mais separados...

   -Eu vou beijar você Kaya. – E como em um aviso prévio verídico ele realmente me beija.

   O toque e tão simples. Apenas dois lábios, um contra o outro. Sem nada que possa ser demais. Mas então porque meu coração parece querer achar uma saída do meu peito? Porque eu posso sentir meu estomago dar mil e uma voltar a cada um segundo? Porque a sensação e tão boa?

   Niall está me beijando.



Continua.

Notas finais. 

Hey queridas leitoras, que demora não é? Pois bem, acho que já nem precisamos mais nós explicar. Realmente as coisas estão complicadas, porém acho que o importante e não desistir. Então, ai está mais um capitulo dessa historia linda para vocês. 
Beijos ate mais <3

-Ananda.

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