Nymphomaniac || Décimo Oitavo Capitulo.

16:30 Unknown 8 Comments


Capitulo sem revisão, em breve atualizo.



   Obriguei os meus olhos a não desviarem do para-brisas, mas tão pouco isso adiantava, uma vez que minha cabeça a cena dela puxando aquele cara para dentro da sua casa, não me deixava em paz.
   Agora, enquanto dirigia sem prestar atenção no trânsito, nunca estive mais confuso. Uma semana foi capaz de me fazer ficar de joelhos para ela. Eu tentava entender o que diabos havia acontecido nesses últimos dias. Eu deveria estar preocupado com as aulas da faculdade, deveria estar estudando, mas nada disso parece importar de verdade.
   Tudo que eu pensava era no quão fascinante me parecia estar ao lado dela. Minha mente fazia questão de me lembrar de casa segundo, cada minuto que passei ao lado dela. O elevador, Deus, nós nos conhecíamos a apenas um dia, ela é tão intensa. A minha primeira vez e o turbilhão de coisas que vieram em seguida. No entanto, acompanhado de todos esses momentos, a cena dela puxando aquele cara me vinha e todas as possíveis coisas que eles estariam fazendo naquele momento.
   Merda! Bati com meus punhos sobre o volante apertando a buzina sem querer, o motorista a minha frente gritou algum xingamento que não fui capaz de entender. Comecei a tentar me concentrar, eu não poderia deixar que esses pensamentos tomassem conta de mim, caso contrário acabaria pondo a minha vida em risco enquanto dirigia.
   Forcei minha visão a se manter concentrada na pista e quando dei por mim já estava pegando o retorno para pegar a garagem do meu prédio. Novamente estacionei de qualquer jeito, desci do carro batendo a porta com força, olhei a diante e vi aquela vizinha, droga agora não! Apressei meu passo e vi seu sorriso morrer a medida que entendia que eu estava evitando um encontro. Dane-se.
   Quando subi as escadas depressa comecei a me arrepender de ter ido tão rápido. Isso significa que agora terei que passar pelo incessante interrogatório da minha mãe e pior arranjar um jeito de contar tudo para Gemma. Pensei em dar meia volta e ficar no meu carro pelas próximas horas, mas me lembrei da vizinha e vi quanto aquilo tudo era ridículo.
   Eu estava morrendo de saudades de casa a uns dias atrás e deixei que todas essas merdas ficassem por cima da minha própria família. Respirei profundamente e voltei a caminhar depressa quando ouvi a porta do elevador abrir, lá estava novamente a vizinha, tentei ignorar novamente e desta vez fingi não perceber a porta do elevador aberta e andei depressa até a porta do meu Loft, que graças a Deus estava aberta.
   Quando entrei me encostei sobre a porta, me permiti fechar os olhos e respirar tranquilamente. O pior vinha agora, quando abri meus olhos mamãe e Gemma me observavam do balcão da cozinha, onde ambas estavam sentadas e tomavam o café. Olhei para as duas tentando pedir desculpas sem palavras e mamãe imediatamente me desferiu um olhar de conforto.
   Caminhei até a cozinha e sentei-me no meio das duas, enquanto Gemma colocava o café em uma xícara para mim, mamãe cortava o pão. Então, finalmente, pude deixar meus pensamentos de lado e me sentir acolhido.

                                                                                ***

   O resto do dia foi mais tranquilo do que eu pensei. Mamãe pediu para que eu tivesse mais cuidado com as minha próximas ações na faculdade e que eu ligasse mais, Gemma me contou as novidades, que não eram muitas e também me disse que havia rompido com seu namorado, enquanto dizia isso mamãe apenas revirava os olhos.
   Na hora do almoço eu ajudei mamãe a cozinhar frango assado com batatas. Disse para Gemma que ela podia ficar comigo para a próxima temporada de moda que ela tanto falou o tempo inteiro. Quando tudo ficou pronto fomos para a frente da TV assistir algum filme cada um com seu prato e eu mal podia me lembrar do quanto isso me fazia sentir falta, realmente só faltava Robin.
   Fiquei sentado no sofá com as duas assistindo filme por tanto tempo que nem prestei atenção que a noite já entrava pela janela. Em determinado momento do filme, parei de prestar atenção e novamente todos aqueles questionamentos me voltaram a mente.
   O que ela fez comigo?
  

                                                                                 ***

   --Boa noite, meu filho. – me debrucei sobre o colchão e beijei a bochecha dela. Mamãe e Gemma iriam dormir na minha cama enquanto eu iria ficar no sofá.
   Quando saí do quarto desliguei a luz e desci as escadas. No caminho parei na cozinha para beber uma água. Tirei a garrafa da geladeira e peguei o copo, me encostei sobre a balcão e virei o líquido de uma vez só. Olhei mais a diante e as cenas dela deitada e nua naquele mesmo lugar onde agora eu estava sozinho preencheram minha mente.
   Precisei sair dali o mais rápido possível antes que meu corpo começasse a se lembrar dos seus toques. Não me dei o trabalho de pôr a garrafa no lugar, deixei lá mesmo. Quando me deitei no sofá e me cobri com o lençol, eu já sabia que o sono não viria tão fácil assim. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Louis, que não me respondeu, com certeza ele estaria com a Eleanor.
   Joguei meu celular sobre a mesinha de centro e me virei para o encosto do sofá. Imediatamente me arrependi de ter que dormir ali, por que novamente as lembranças de nós dois naquele lugar,me vieram a mente. Porra, será possível? Me levantei no mesmo segundo e quando olhei para a parede vi as horas no relógio, 23:43.
   Não adiantava, eu já sabia que eu não ia conseguir dormir nada hoje. Comecei a andar por toda sala evitando o sofá e a bancada da cozinha, vira e mexe eu olhava para o relógio esperando que as horas passassem mais devagar e procurava meu celular para ver se Louis havia me respondido. Por volta das duas da manhã senti fome e fui buscar algo na minha geladeira, mas então percebi que se quisesse comer teria que esquentar algo e eu não estava com disposição. Procurei a fruteira sobre a pia, peguei uma banana.
   Sem opções para me sentar fui até a poltrona que ficava do lado do sofá enquanto me sentava lá e descascava a banana algo cutucou minha cintura, levantei e examinei o acento até encontrar uma bolsa preta. A bolsa dela.
   Peguei a bolsa e joguei a banana sobre a mesinha de centro, abri o fecho e comecei a vasculhar por lá. Não tinha muita coisa e imediatamente comecei a me repreender por mexer no que não é meu. Mas já era tarde, retirei o chaveiro com um monte de chaves penduradas, uma moeda solitária e seu celular.
   Pensei em deixar de lado o celular, mas minha curiosidade foi maior, apertei qualquer botão, mas nada aconteceu, então percebi que a bateria tinha acabado. Suspirei profundamente e pus tudo dentro novamente. Bem, agora eu tinha um motivo para ir atrás dela.


                                                                           ***


   Não preguei os olhos o resto da noite. Fiquei sentado naquela poltrona olhando fixo para a bolsa sobre a mesinha. Vi os primeiros raios de sol surgirem pelas janelas de vidro e quando não aguentei mais ficar ali, me levantei e comecei a fazer o café.
   Quando mamãe desceu se surpreendeu ao me ver ali, acordei bem mais cedo do que era acostumado. Quando tudo ficou pronto convenci mamãe de que era melhor tomar o café da manhã na sala, por que eu não queria me lembrar de nenhum momento meu com (Sn) ali naquele balcão.
   -- Sua irmã não vai acordar tão cedo. – disse quando sentou-se sobre o sofá. Sorri para ela, Gemma sempre dormiu até mais tarde.
   -- O que vocês duas vão fazer hoje? – perguntei bebendo um gole do meu café.
   -- Pensei que nós três poderíamos ir até o shopping, prometi ao Robin que levaria uma daquelas camisas de algodão que ele gosta.  – concordei com a cabeça tentando bolar um plano para desviar delas por uma ou duas horas, eu precisava ir até a casa da (Sn).
   -- Eu acho que vou dar uma volta pela biblioteca, posso levar vocês duas até lá e depois nós encontramos para o almoço? – perguntei olhando para ela. Mamãe sorriu pelo canto da boca e olhou para o canto da mesinha, fiquei confuso com sua reação e olhei para o mesmo canto que ela encontrando o ponto que ela olhava. A bolsa.
   Fechei meus olhos. Como eu pude ser tão descuidado? Merda, agora vai ser impossível fugir.
   -- Você tem certeza, meu filho? – me surpreendi pela sua pergunta. Imaginei que mamãe me diria as mesmas coisas que disse pra Gemma quando começou a namorar pela primeira fez, mas ela não fez, apenas me encarava com preocupação. E eu sabia que ela estava tão confusa quanto eu.
   -- Acho que sim. –respondi a primeira coisa que me veio à cabeça. Quando ela abriu a boca para dizer mais alguma coisa ouvi os passos na escada. Gemma enfim tinha acordado.
   -- Bom dia família! – sorri para mamãe com cumplicidade e ela retribuiu para logo em seguida chamar atenção da minha irmã por acordar tão tarde, mas eu sabia que esse era só seu jeito.


                                                                               ***


   Depois de ter sido difícil conseguir tomar banho naquele banheiro inteiramente de vidro com as duas lá em baixo, me arrumei e desci as escadas. Logo estávamos indo para a garagem, o resto da viagem para o shopping foi repleto de piadas sem graça da minha irmã dizendo que eu dirigia mal, só porque o carro estava estacionado de qualquer jeito. Bem, ela não sabia, mas por causa da (Sn) muitas vezes eu estacionei daquele jeito.
   Quando deixei elas na frente do shopping marcamos de nós encontrarmos na frente das escadas rolantes da praça de alimentação ao meio dia em ponto. Me despedi da mamãe com um beijo na bochecha e um boa sorte implícito por parte dela. Gemma apenas fez outra piada.
   Como nada era longe da minha casa, não foi nem um pouco difícil chegar ao bairro em que ela morava, na verdade, só demorou uns minutos a mais por causa do trânsito da manhã, que era agitado por muitas pessoas estarem indo trabalhar.
   Quando entrei naquela rua e avistei a única casa que tinha a grama alta senti meu coração disparar. Percebi que em frente à casa havia um carro Saab 9-3. Quem era dono daquele carro? Eu reconheceria de longe aquele conversível preto, mas sabia o valor dele também, alguém que tivesse amor por uma máquina daquela não deixaria ele assim na rua deserta. No entanto, o que mais me intrigou foi o porquê  alguém estacionaria o carro na frente da casa da (Sn)?
   Quando desci do meu carro, caminhei até a porta da sua casa imaginando de quem seria aquele Saab. Parei em frente a porta da casa e respirei fundo, troquei a sua bolsa de mão e olhei para a porta, quando estava prestes a bater vi a pequena brecha aberta.
   Droga, ela deixou a porta aberta desde ontem? Pensei em chamá-la, mas assim que me aproximei mais da porta ouvi um burburinho. Toquei levemente na porta e a mesma abriu quase por completo e no instante seguinte meu sangue subiu.
   A imagem que eu vi me deixou desnorteado. Um homem deitado sobre (Sn) enquanto passava a suas mãos pelas pernas dela e beijava a sua boca. O gemido pela ecoou pela sala e atingiu em cheio meu ouvido, eu queria sair dali e esquecer aquela imagem, mas seria impossível.
   De repente o homem começou a beijar seu pescoço e (Sn) virou seu rosto em minha direção, então seus olhos se abriram e ela me viu ali.
   --Merda! – (Sn) empurrou o homem para longe de si e tentou endireitar sua blusa. O homem olhou confuso para ela e murmurou algo, só depois se deu conta de que eu estava lá.
   --Caralho. – pensei em sair dali, mas algo crescia dentro de mim e eu tinha vontade de gritar. O homem se levantou do sofá e me olhou com incredulidade. – Quem é ele (Sn)? – perguntou para ela endireitando a roupa.
   (Sn) ficou sem reação e olhou para meus olhos procurando uma resposta. Então eu soube, eu não era porra nenhuma pra ela.
   --É (Sn), quem sou eu? – perguntei olhando fixo para ela, deixando de lado aquele imbecil.
   --Harry, o que você está fazendo aqui? – perguntou se levantando.
   Olhei para as minhas mãos que tremiam de raiva e peguei a bolsa estendendo para ela.
   --Vim deixar essa bolsa que você deixou no meu sofá antes de me chupar e implorar para eu transar com você. – sussurrei as palavras e fiquei surpreso pelo modo que saíram tão naturalmente da minha boca. Quando olhei para ela vi seus olhos arregalados e em seguida o homem ficou a minha frente.
   --Quem você pensa que é para dizer essas ofensas para ela? Heim Cara? – o homem era um pouco mais baixo do que eu, mas evidentemente mais forte. Dane-se, eu não me importava com aquele imbecil, estava com tanta raiva que levar uns socos ou dar uns socos não faria a menor diferença.
   --Deixa ele Aidan. – (Sn) veio até nós dois encostando suas mãos no ombro do cara.
   Fiquei calado enquanto o cara que agora eu sabia que se chamava Aidan sussurrava coisas no ouvido dela enquanto (Sn) tentava empurrá-lo.
   --Sabe de uma coisa? – comecei, apontando meu dedo para ela. Vi exatamente quando (Sn) engoliu em seco e Aidan me olhou com raiva. – Quem é você (Sn)? Porque fez essas coisas comigo? Você tem noção do que estragou? – perguntei olhando só para ela e ignorando aquele idiota.
   --O que você está fazendo, Harry? O que esperava de mim? -- franzi meu cenho e a raiva dentro de mim só aumentou.
   --Você é o que, porra? – gritei me assustando com meu próprio tom. Nunca tinha gritado assim. – Você acha que pode dar em cima de mim, agir desse jeito e depois esperava que eu achasse o que? – perguntei. O rosto de (Sn) transformou-se completamente, de repente seus olhos transmitiam a mesma raiva que eu sentia.
   --Não, o que você esperava de mim? – ela saiu de trás do tal do Aidan e ficou bem na minha frente. – Pelo amor de Deus, você nunca transou só por transar? – suas palavras me atingiram em cheio e eu soube que não queria ficar mais nenhum segundo ali. Sem responder suas palavras saí dali.
   Andei pela grama com pressa, vi aquele carro que agora eu sabia bem de quem era o dono e desejei que ele pegasse fogo. Quando entrei no meu carro arranquei o mais rápido que pude, andando em alta velocidade, sem olhar para trás em nenhum segundo. 



 Continua....


Notas da autora.


Hey lindas.
Caramba, demorei muito com esse capítulo. Nossa vocês nem imaginam, mas ele foi reescrito umas três vezes, por que nenhuma das outras duas estavam boas, por que galera, esse capítulo tinha que ser bom! É, eu espero que eu tenha conseguido. 
Em breve a Mavi estará postando o próximo! Então, fiquem de olho. Outra, o capitulo está sem revisão, então deve ter erros, assim que a nossa linda editora Carol estiver online no facebook eu mando para ela editar (hahaha).

Xoxo :)
-Ananda 

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