Nymphomaniac || Décimo Primeiro Capitulo

09:43 Unknown 2 Comments




This is gospel for the fallen ones
Locked away in permanent slumber
Assembling their philosophies
From pieces of broken memories
Ok, o que acabou de acontecer? Por que Harry ficou tão encabulado ao falar com aquela garota, não que a vida pessoal dele fosse do meu interesse. Mas isso foi estranho.
Falando em coisas estranhas, o jeito que Harry me trata com certeza está no topo da lista, eu nem sei nem o que dizer sobre isso, ele é bom comigo, age sempre como um cavalheiro. Cara, ele abriu a porta do carro para mim, se recusou a uma transa louca no carro e agora ao sair me deu um beijo na testa, na TESTA.
Acho que a palavra certa para definir o Harry é antiquado, mas por incrível que pareça eu gosto desse jeito dele, mas eu tenho medo de ele estar levando esse lance a sério demais.
Agora ele está no banho e eu sozinha nesse loft enorme. Ele mora sozinho e deve caber uma república de adolescentes inteira aqui, se duvidar até duas.
Oh, oh, oh, oh, oh
This is the beat of my heart
This is the beat of my heart
Não sabia quanto tempo ele ficaria no banho então fui xeretar. A sala era espaçosa e tinha alguns portas retratos, em um deles estava quem eu deduzi ser Harry quando criança, ele era a coisa mais fofa da vida e me peguei sorrindo com o retrato na mão, deixo-o no mesmo lugar na estante e peguei o que estava ao lado, Harry aparentando uns doze anos com duas mulheres que deduzi serem sua mãe e sua irmã, mesmo ele não tendo me falado sobre nenhuma delas, as duas eram muito bonitas.
Ouvi os passos de Harry na escada e coloquei o retrato de volta, me virando para a escada.
-- Vamos? - ele tinha os cabelos molhados e vestia um jeans escuro e uma camisa social turquesa, traduzindo, extremamente sexy.
-- Sim... e belo loft.
-- Obrigada, foi um presente, por eu ter passado em segundo lugar na faculdade.
Their gnashing teeth and criminal tongues
Conspire against the odds
But they haven't seen the best of us yet
Fiquei imaginando o que ele teria ganhado se tivesse passado em primeiro.
-- Legal... - ele foi em direção a porta e abriu para mim, de novo.
Passei por ele um pouco constrangida e sem saber o que dizer, então não disse nada, apenas passei e ele veio logo depois e trancou a porta. Fui em direção ao elevador e ele pigarreou, merda, Harry não usa o elevador.
-- Vamos de escada? - ele me olhou sugestivo
-- Claro, de escada.
If you love me, let me go
If you love me, let me go
'Cause these words are knives and often leave scars
The fear of falling apart
And truth be told, I never was yours
The fear, the fear of falling apart
...
-- Estamos na Avenida para onde eu vou agora? - ele perguntou quando paramos no sinal.
-- Vai pela esquerda. - o sinal abriu e ele fez o que eu disse. - Harry?
-- Sim?
-- Por que você ficou tão sem graça com aquela menina?
-- Que menina? - puto! Está se fazendo de desentendido
-- A do seu prédio. - ele franziu o cenho - a da carta.
-- Ah sim... - ele coçou a nuca - eu não fiquei sem graça.
-- Ah qual é Harry? Vira a direita. - apontei -- Você só faltou arrombar a porta pra sair de perto dela.
-- Ela é só minha vizinha, eu apenas me embolei com as chaves.
-- Você não me engana Harry? É no fim da rua. - eu cruzei os braços como uma criança birrenta - Você gosta dela?
Oh, oh, oh, oh, oh
This is the beat of my heart
This is the beat of my heart
-- O que? - ele fez uma careta - Não! Óbvio que não!
-- Sei. - chegamos - É aqui.
A casa da minha avó é bem simples e pequena, mas é bonita e arrumada, no estilo real das casas inglesas, sem luxos ou algo que chame muita atenção, mas para mim talvez fosse a casa mais bonita da rua, afinal tinha cheiro de infância e bolo de chuva da minha avó.
This is gospel for the vagabonds
Ne'er-do-wells and insufferable bastards
Confessing their apostasies
Led away by imperfect impostors
Saímos do carro e seguimos pelo caminho de pedras.
-- Bela casa e belo jardim - ele pareceu sincero então eu sorri.
-- Eu também acho. - e ri de uma lembrança.
-- O que foi? - ele sorriu
-- Lembrei de uma coisa. - eu balancei a cabeça. -- Quando eu era criança estava brincando com um skate cai em cima das petúnias, meu avô só faltou me matar, não que ele tenha me batido, mas ele simplesmente ficou falando do tempo e da dificuldade de cultivar petúnias raras como aquelas, durante todo o verão. Minha avó deu graças a Deus, lembro dela dizendo que ele amava mais aquelas petúnias do que a amava. - me peguei gargalhando, sentia falta dessa época, quando tudo era fácil.
Harry me encarava sorrindo.
-- Coitada das petúnias! - ele disse rindo
-- Oque? Eu me ralei toda! Coitada de mim! - eu disse fingindo indignação e abri a porta da frente, que como sempre estava aberta. - Vovó? Chegamos. - gritei
Ela veio pelo corredor que dava para a cozinha enxugando as mãos num pano de prato, vovó tinha o sorriso mais meigo de todos os tempos e era uma mulher super conservada para sua idade, as únicas coisas que puxei dela foram a pele branca e os olhos castanhos que na minha avó pareciam acolhedores, em mim talvez fosse o que mais chamava atenção no meu rosto, eles eram grandes e não querendo me gabar mas eu podia ganhar um cara só com o olhar. O resto de mim era quase inteiramente a minha mãe que puxou o vovô, como os cabelos loiros ondulados, o formato dos lábios e o corpo, que como o da minha mãe, é curvilíneo. Puxei a altura do meu pai, sou mediana, assim como ele já minha mãe era uma anã.
-- Querida! - ela me puxou para um abraço apertado. - Senti sua falta.
-- Eu também vovó, mas nem faz tanto tempo que nos vimos... - ele me soltou - Vovó esse é o Harry. - Harry sorriu para ela - Harry essa é minha avó Stella.
-- É um prazer Senhora. - minha avó só faltava dar cambalhotas, era um momento raro ela me ver com um cara.
-- O prazer é todo meu querido! - ela o abraçou - Vamos, seu avô quer vê-los.
Oh, oh, oh, oh, oh
This is the beat of my heart
This is the beat of my heart
Seguimos minha avó pelo corredor e Harry em mais um de seus estranhos atos pegou minha mão. Eu deixei afinal já estávamos na sala e meu avô já levantava de sua cadeira reclinável. Meu avô ainda é um homem bonito mas se você não o conhecer provavelmente vai pensar que ele é "mau", porque ele realmente tem cara de mau.
-- Vovô! - eu o abracei com força - Bença.
-- Deus te abençoe querida. - ele retribuiu avidamente meu abraço - Quem é esse cara? Tenho que pegar minha espingarda? - ele disse baixinho no meu ouvido.
-- Não vovô, não precisa. - eu disse rindo. - Qualquer coisa eu aviso.
-- Querido, esse é o Harry, amigo da (Sn). -- Vovô estendeu a mão para Harry. - Harry esse é meu marido Dean. - Harry retribuiu o aperto e pela sua careta, meu avô exagerou na força, ele costumava dizer que um homem que não tem um aperto de mão firme, não é homem para a netinha dele. Mal sabe ele quantas mãos firmes... foco.
Don't try to sleep through the end of the world
And bury me alive
'Cause I won't give up without a fight
As mãos não se separam e o clima ficou tenso.
-- A lasanha está quase pronta... - vovó tentou quebrar o clima e as mãos se separaram - (Sn) você me ajuda?
-- Não, -- vovô interviu -- eu preciso conversar com ela. - merda
-- Eu ajudo a senhora. -- Harry sorriu para ela.
Se eu não tivesse respeito pela minha avó diria que ela molhou a calcinha.
-- Obrigada Querido.
Eles foram para a cozinha e me deixaram sozinhos com o vovô, lá vem o sermão.
-- Vamos sentar querida. - vovô abandonou sua cadeira reclinável e resolveu se sentar no sofá comigo. - Primeira pergunta, porque você não está na faculdade? Vai dar 12:00h e você só sai 13:00
Merda, mil vezes merda.
-- Eh... hoje não teve aula, é dia de alguma coisa. - droga, eu gaguejei.
-- (Sn)... - ele disse lentamente após estalar a língua - Você é uma péssima mentirosa, mente tão mal quanto a sua mãe mentia. -Não pude evitar encarar o chão, era minha reação involuntária sempre que o assunto era a minha mãe. - Saiba que isso não é algo ruim, mas você precisa tomar jeito minha filha. É o seu futuro que está em jogo.
-- Ta bom...
-- É esse rapaz que está te tirando da linha? - eu quase gargalhei, quase, segurei ao máximo a minha risada.
-- O Harry? Me tirando da linha? - ta mais fácil eu está o tirando do caderno inteiro. - Claro que não vovô.
-- Tente se esforçar minha querida, eu sou o seu avô e quero sempre o seu melhor.
-- Eu vou tent... - vovó me interrompeu
-- O almoço está servido. - Harry apareceu atrás dela, secando a mão num pano de prato.
Eu e vovô lavamos as mãos e nos juntamos a mesa com Harry e minha avó. O refratário com a lasanha estava no centro da mesa e vovó já começava a servir Harry, ela serviu a todos e por fim sentou.
-- Harry é muito bom na cozinha. - vovó disse sorrindo e eu o encarei surpresa.
O elogio ficou no ar e começamos a comer. A lasanha por sinal estava maravilhosa, e eu quase chorei ao come-la, me lembrava demais os domingos que todos nós nos reuníamos para o almoço, aqui nessa mesma mesa, eu, minha mãe, meu avô e minha avó.
If you love me, let me go
If you love me, let me go
'Cause these words are knives and often leave scars
The fear of falling apart
And truth be told, I never was yours
The fear, the fear of falling apart
Eu suspirei mais intensamente do que desejava.
-- Querida está tudo bem? - vovô me encarou preocupado
-- Sim, sim vovô, só estava pensando em umas coisas aqui. - sorri forçado.
Harry se mexeu desconfortável na cadeira e minha avó percebeu.
-- Harry?
-- Sim? - ele sorriu para ela
-- Você está na mesma faculdade que (Sn)? - Harry assentiu - Psicologia também?
-- Sim, é umas das minhas paixões.
-- A outra é cantar, você devia ouvir vovó. - Harry corou até a raiz dos cabelos - A voz de Harry é incrível. - ele encarou o prato, mas percebi que ele estava sorrindo.
-- A lasanha está divina Dona Stella. - Harry elogiou, ele parecia sincero, mas eu sabia que sua real intenção era mudar de assunto.
-- Obrigada querido, você pode vir almoçar aqui com (Sn), quando quiser.
-- Será um prazer. -- Eu não queria dizer mas vi meu avô revirar os olhos descaradamente, eu não estava acreditando que ele estava com ciúmes da vovó com um rapaz de 19 anos. - E, Senhor Dean, o seu jardim é realmente incrível, e nem estamos na primavera.
Meu avô se aplumou todo na cadeira, e sorriu tanto que poderia contar todos os seus dentes. Por fim Harry conquistou o meu avô e eles entram numa conversa saudável sobre jardins, e fiquei admirada ao saber que Harry entendia um pouco sobre o assunto.
...
Depois que terminamos de almoçar, fomos todos para sala e vovó nos serviu sorvete de creme, a conversa entre meus avós e Harry fluía de maneira tão natural que não pude evitar uma pontinha de ciúmes que brotava em mim.
The fear of felling apart
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
The fear, the fear of felling apart
-- Harry, já está tarde é melhor irmos - eu tenho planos pra você hoje, já estamos abastecidos e temos muitas calorias para gastar.
-- Ah sim, claro. - Ele disse se levantando, meus avós fizeram o mesmo.
-- Mas já? - Vovó parecia realmente contrariada.
-- Sim, vovó precisamos estudar. - ela estreitou os olhos pois sabia que eu estava suspensa.
Eles nos levaram até a porta e nós nos despedimos dele e entramos no carro, colocando o cinto de segurança em seguida.
-- Sua avó é uma mulher incrível e seu avô é uma caixinha de surpresas.
Eu sorri
-- Eles são um máximo, devo tudo que tenho a eles.
Ele se inclinou e me deu um selinho de ligar o carro e sair da vaga.
Eu fiquei estática com um biquinho nos lábios sem entender o que tinha acabado de acontecer. Meus neurônios fritavam a 360ºC e repassavam a cena, e depois de perder metade deles eu cheguei a apenas uma conclusão óbvia e esclarecedora.
Isso vai dar merda.
Oh, oh, oh, oh, oh
This is the beat of my heart (the fear of falling apart)
This is the beat of my heart
Continua...

Autora Mavi Souza
VEJAM O TRAILER *-*

GOSTOU? DEIXE SEU COMENTARÍO!

2 comentários: