Nymphomaniac || Vigésimo Segundo Capitulo || Parte II.

18:08 Unknown 11 Comments

   



   Me olho no espelho. Eu acho que está bom. Que tipo de roupa se usa em uma festa? Minhas calças estão todas sujas, sou obrigado a usar uma calça apertada. Meus sapatos são pretos, assim como a calça, por isso decidi ir de camisa branca. Meus cabelos estão molhados, mesmo que eu tenha tentando secar com a toalha.

   Estou estalando meus dedos pela quinta vez em menos de 10 segundos. Estou nervoso. Estou nervoso pra caramba. Ok, isso não é nada de tão importante. Porque essa droga de nervosismo? Quer dizer eu não pretendo fazer nada de mais. Então que se ferre.

   Saio da frente do espelho e pego meus pertences. Quase não consigo por meu iphone do bolso de tão apertada que a calça estava na minha bunda. Depois a batalha foi com a minha carteira, essas calças eram de que época? Jesus, até para descer as escadas foi difícil. Cogitei a ideia de ir com uma calça suja, mas eu já estava fora de casa quando vi Sara saindo do seu loft.

   —Harry! - ela veio em minha direção e me abraçou, fiquei alguns segundos sem retribuir, até enfim me render ao seu aperto estranhamente agradável. —Tá gatinho, hein!

   Ela gostou mesmo da minha calça ou só estava tentando ser legal? Olhei para Sara por inteira. Caraca, ela era bem...alta.

   —Você também está linda. - Sara abriu um sorriso enorme. Seu rosto era redondo, ela chegava a ser fofa com aquela franja acima dos olhos pequenos e castanhos assim como seus cabelos lisos, mas era alta, quase tão alta quanto eu.

   —Obrigada! Então... vamos? - ela pegou meu braço e começou a andar pelo corredor, me fez perguntas sobre a faculdade, descobri que ela estava cursando o último ano de administração em uma faculdade particular também no centro.

   Quando chegamos na garagem abri a porta do carona para ela e dei partida no carro.

   —Eu ganhei o Loft quando passei na faculdade em segundo lugar. - Sara soltou um murmuro de surpresa.

   —Caramba! Você sabe quem passou em primeiro? - engasguei na minha própria saliva. Porra, demorou exatamente um segundo para minha mente se lembrar de absolutamente tudo. Cada segundo, cada minuto ao lado dela. —Você está bem?

   Balancei minha cabeça e sorri para ela, voltando minha atenção para a rua principal.

   —Sim, estou. Você mora a muito tempo aqui? - perguntei enquanto dava a seta para trocar de pista, tentando mudar de assunto.

   —Eu sou de Londres mesmo, eu morava com a meus pais no interior, só que eles se separam e vim morar com a minha mãe no centro perto do novo trabalho dela. Depois que passei na faculdade e comecei a trabalhar, aluguei o loft por metade do preço, meu pai conhece o dono do prédio. - tentei de verdade me sentir entusiasmado com as coisas que ela me dizia, mas eu não parava de pensar que Sn nunca me disse sobre sua vida, nunca soube sobre seus pais, sobre sua infância, exceto naquela vez que ela me disse que perdeu sua virgindade em um acampamento. Me engasguei lembrando desse dia. Porra!

   —Harry! Você tem certeza de que está bem? - Sara perguntou pondo sua mão em meu ombro.

   —Estou bem sim, desculpe estou um pouco...absorto. - tentei sorrir, mas eu sei que minha tentativa deve ter sido miseravelmente falha.

   —Você está assim por causa daquela garota? - Porra! Ok, merda...eu sabia, ela tinha direito de fazer essas perguntas, não é? Quer dizer eu mesmo soltei tudo naquele dia. Droga....droga, droga! Mas eu simplesmente não estou preparado para me lembrar de tudo, não quero trazer aquelas cenas...daquele homem tocando sua pele.

    —A gente pode falar de outro assunto? - pedi, nem percebendo que minha voz elevou umas oitavas, suspirei pesadamente olhando rapidamente para Sara que estava de olhos arregalados no banco. —Me desculpe...eu só...- tento me explicar, mas Sara me interrompe.

   —Ah não, tudo bem, me desculpe, é só que eu eu pensei que você não fosse se importar. - falo que tudo bem e fico aliviado por não precisar prolongar essa conversa quando vejo que já estamos na rua da faculdade.

   Sara comenta que da onde estamos - no início da rua -, já da para ouvir o som estridente de música que provavelmente vem da tal festa. Assim que me aproximo o suficiente para ver a muvuca de pessoas espalhadas pelo campus começo a repensar minha ideia. Olho para meu lado e vejo Sara com um sorriso nos lábios, claramente empolgada, então tento mostrar o mesmo.

   —Acho que vou ter que estacionar aqui mesmo. Lá dentro deve estar um inferno. - digo enquanto faço a baliza para estacinar rente ao meio fio, quase no mesmo lugar que estacionei essa manhã, a diferença é que agora me sinto mais calmo ao ver três viaturas espalhadas pelo decorrer da rua.

   —Caramba! Olha só essa povo todo! - Sara diz admirada enquanto desligo o carro e tiro meu cinto de segurança, será que ela nunca veio a uma festa dessas? Eu nunca vim, mas não estou nenhum pouco empolgado.

   —Você nunca veio a uma festa dessas? - pergunto.

   —Já sim, mas não com tanta gente assim. - saio do carro e quando vou dar a volta para abrir a sua porta, vejo que Sara já deu o pulo de lá de dentro. Fico sem graça e me viro para ver a multidão sobre o gramado uns dançando, outros conversando...e lá vamos nós.

   Quando dou por mim Sara já está ao meu lado com seu braço segurando o meu. Tento sorrir com sinceridade, mas não sei se consigo acompanhar essa sua tremenda empolgação. Atravessamos a rua até chegarmos a grama verde do campus.

   Aquele lugar estava complemente lotado. Haviam várias pessoas com copos vermelhos andando de um lado para o outro, rindo alto ou dançando, acompanhados ou sozinhos. Estava uma verdadeira bagunça. Sara cutucou meu braço e aproximou sua boca do meu ouvido.

   —Vamos beber! Ali! - e me puxando pela mão, me levou até um barril de cerveja - que até então só havia visto em filmes -, no meio do povo dançante. Quis dizer para ela que eu não bebia, mas era tarde de mais com aquela música absurdamente alta, ela não ouviria nenhuma palavra minha.

  Apenas a segui até chegarmos ao barril, um cara que estava por perto estendeu um copo para Sara e quando ela foi pedir outro para mim, o cara se virou e não a ouviu o chamando. Sara virou-se para mim e fez um bico totalmente dramático e certamente exagerado, mas não disse nada apenas sorri falsamente. Me aproximei dela e gritei esperando que ela me ouvisse.

   —Eu não bebo. - Sara afastou-se de mim e me olhou com enormes olhos arregalados, evidentemente muito surpresa.

   —Ah, tudo bem! - gritou em meu ouvido quando tornou a se aproximar. —Deve ter uma mesa por aqui com algo não alcoólico! - apenas faço um aceno com a cabeça, mesmo que eu não esteja com sede só de imaginar ficar gritanto para que ela me ouça já me cansa.

   Andamos em linha reta pelo meio das pessoas, não há nenhuma organização como eu imaginei que teria. Várias pessoas dançam no meio daquelas que apenas observam. Essas festas realmente não são como eu pensava.

   —Olha lá! - Sara se vira abruptamente para mim sorrindo abertamente apontando para uma mesa com enormes vasilhas de várias cores, suponho que esses sejam os ponche's. Meu estômago fica embrulhado só de imaginar beber aquilo, afinal quem diabos fez isso?

   —Sara! - grito e ela se vira para mim parando de andar. —Porque você não pega uma cerveja para você enquanto eu pego esse...negócio? - pergunto e Sara fica confusa, mas apenas balança a cabeça.

   —A gente se encontra lá na frente, então! - diz enquanto vai até o barril. Acho que ela queria me dizer algo, mas provavelmente se sente tão cansada quanto eu de ficar gritando.

   Vou meu aproximando com passos curtos daquela mesa com aquele negócio que segundo Sara é de beber. Olho para o líquido dentro desse... caldeirão? Eu nem ao menos sei que espécie de vasilha isto é. As ''bebidas'' são de várias cores, inclusive verde. Jesus, eu nunca beberia isso. Virei para ir embora quando senti mãos em meus ombros. Levantei rapidamente minha cabeça e meus olhos capturaram os seus; tão intensos quanto eu podia me lembrar. Puta merda.

   —Realmente poucas coisas me surpreendem mais do que você, Harry. 

   Engulo em seco enquanto minha voz não sai de jeito nenhum. Droga, eu queria falar tantas coisas. Mas a única coisa que eu via na minha frente eram seus enormes seios praticamente pulando daquele decote.

   —E agora você está olhando para os meus peitos. - arregalo meus olhos e desvio rapidamente. O que diabos eu ainda faço aqui? Tento me virar mais uma vez, sair sem falar com ela, mas sua mão aperta meus ombros e me puxa.

   —O que você quer, Sn? - me surpreendo por minha voz não falhar nenhum segundo. Isso já é um enorme progresso.

   Sn enfim solta meu ombro, sua cabeça se inclina levemente ao perceber meu tom de voz.

   —Porque afinal você está com raiva de mim? Sabe que o que a gente tinha não era nada sério! - fecho meus olhos para suas palavras. Merda, de novo não. Me viro novamente para ir embora, por que não vim aqui para ouvir nenhuma das suas palavras, e muito menos para vê-la. Porque ela está aqui merda?

   —Quer saber? Esquece isso...- e ela me puxa de novo dessa vez até que eu esteja encostado nela, seus braços envolvem rapidamente meus ombros e sua boca avança sobre a minha.

   Porra! Seus lábios são tão macios sobre os meus, sua língua faz pressão e eu cedo me lembrando do seu sabor e de como é bom beija-la. Sinto seus dedos abrindo caminho pela raiz do meu cabelo, em certo momento puxando meus fios, eu adorava quando ela fazia isso enquanto eu estava dentro dela. Só então me permito tocar sua pele com a ponta dos meus dedos, testando, acariciando e enfim, apertando. Enquanto vou me lembrando de cada segundo que passamos juntos na última semana, até a armadilha ser feita e eu me lembrar daquele homem, cujas as mãos também tocaram ela...Porra! Solto sua pele e me afasto, quebrando o beijo tão rapidamente que meus próprios lábios doem.

   Seus olhos me encaram com algo, que parece uma fragilidade que até então nunca tinha visto nela. Mas quantas partes ela esconde de mim? Não interessa,  tenho certeza que eu não vou querer descobrir.

     —Nunca. Mais. Se. Aproxime. De. Mim. - minha voz foi apenas um sussurro, e mesmo com o barulho alto da musica estridente, sei muito bem que ela me entendeu. Limpo minha boca com as costas da minha mão e vou embora atrás de Sara.



Continua...


Notas da autora. 
Hey lindas, caramba me desculpem pela demora. Eu sei que ultimamente essa desculpa por minha parte tem sido frequente, ano passado eu era bem mais presente por aqui, acreditem em mim eu amo escrever só queria ter mais tempo para isso, gostaria de poder sentar e escrever imagines, mas realmente não tenho tempo, o tempo que me sobra eu ocupo tudo escrevendo Nympho, e as vezes eu saio de casa porque se não eu piro! 
Esse capitulo demorou para sair porque estou em semana de provas, felizmente consegui finalizar antes do que eu imaginava - só para vocês verem o quão tá difícil -, enfim galera espero que você consigam me compreender, pela falta de imagines meus aqui, caramba fazem décadas que não escrevo um Hot! E eu realmente sinto falta para caramba, mas eu espero do fundo do meu coração que meu empenho para Nympho substitua a falta de imagines. Sem mais beijos e ate a poxima. 
PS: Segura na mão de Jeová para o próximo capitulo...porque promete, Mavi não vai perdoar! Hahaha <3

Xoxo :)
-Ananda

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