Nymphomaniac || Quarto capitulo.

21:08 Unknown 4 Comments




Stained coffee cup
Just that fingerprinted lipstick's not enough
Sleep, where you lay
Still a trace of innocence on the pillow case
Waking up
Beside you I'm a loaded gun
I can't contain this anymore
I'm all yours, I've got no control

"Você não tem nada a perder."
Ah, como eu estava errado. Perto dela, eu tenho muito, na verdade eu tenho muito mais que muito a perder. Minha sanidade, minha cabeça, minha razão de existência. Eu deveria saber, pelo jeito que ela me provocou no refeitório.
Ela já provou que as suas intenções são tudo, menos inofensivas. "Desculpas" porque ela pediria desculpas se não parecia nem um pouco culpada pelo que fez? Deus Harry...você faz tudo errado.
Quando saí da casa dela, eu estava quase tremendo, não é todo dia que sou assediado. Quando entrei em meu carro tive que me concentrar ao extremo para não causar nenhum acidente. As vezes eu acelerava demais, outras tremia o volante. Demorou bem mais do que deveria para chegar à minha casa.
Quando entrei no estacionamento fui direto para minha vaga, pus o carro do melhor jeito que pude, mas do mesmo jeito estacionei o carro torto. Desisti da ideia de voltar ao carro e tentar estacionar direito, não iria dar certo, podia acabar batendo meu carro. Então segui para onde as escadas ficavam. Ao chegar mais perto vi uma enorme fita amarela interditando a passagem, mesmo achando estranho decidi ultrapassar a faixa e seguir, mas quando vi um cartaz colado na parede meu corpo gelou.
"Escadas molhadas, usar elevador. "
Meus olhos foram do cartaz ao elevar com as portas abertas. Eu não poderia ir de escadas, caso contrário teria que esperar as escadas ficarem secas para subir. Olhei para o elevador depois para as escadas. Qual é Harry...só um andar.
Só um andar. Só um andar. Só um andar. Só um andar. Eu repetia meu mantra enquanto andava de encontro ao elevador. Este sem dúvida é o pior dia da minha vida. O que é totalmente ruim, era para ser um dia memorável. Mas não, é um dia onde coisas ruins acontecem. Começando pelo Senhor Policial que me parou às sete da manhã por dirigir abaixo da velocidade, depois aquela mulher...nem xingar ela eu consigo. Agora estas malditas escadas molhadas.
Fiquei parado uns segundos em frente ao elevador, quando enfim tive coragem para entrar. Olhei uma última vez para a porta aberta, que logo fechou-se. Olhei a minha volta, o metal cintilando ao meu redor. Engoli em seco e olhei para o painel com números. Apertei no primeiro andar, o elevador começou a subir e aquele enjoou veio a boca do meu estômago. Apoiei-me nas paredes e fechei meus olhos. A primeira coisa que eu pensei foi no quão bom foi a sensação dos seus pés tocando minha perna. No quanto minha calça ficou apertada, Na vontade submissa que senti de tocar seus pés.
Então senti minhas calças apertarem. Abri meus olhos rapidamente, traguei minha saliva assim que vi uma moça parada em frente a porta aberta do elevador. Ela me olhava com os olhos arregalados, então os mesmos desceram por todo meu corpo e vi sua expressão mudar. Acompanhei seus olhos e vi meu estado vergonhoso.
Foi a minha vez de arregalar meus olhos quando me vi excitado na frente daquela moça. Soltei minhas mãos da parede e sai do elevador o mais rápido que pude, passei pela moça de cabeça baixa. Quando cheguei a porta do meu loft eu podia sentir ela ainda me olhando, mas eu tentava ignorar a todo custo.
Depois de passar uns bons segundos tentando acertar a chave na fechadura, entrei em casa e escorei-me na porta. Fechei meus olhos e fui caindo aos poucos, até ficar sentado no chão. Passei um bom tempo ali, sentado. Foi quando me dei conta de que eu esqueci minha bolsa no carro, com meus livros e com meus cadernos, isso significa que vou ter que deixar os estudos acumulados para amanhã, por que não quero nunca mais pegar aquele maldito elevador.
Levanto-me daquela posição ridícula de fracassado. Sinto que estou fazendo alarde para pouca coisa. Qual é, eu sou homem, tenho certeza que qualquer um já passou por isso. Na verdade, não tenho certeza, não sei se algum homem já passou por isso. Eu nunca tive uma conversa com um homem sobre mulheres.
Quando estou me levantando dali, escuto meu celular tocar. Lá está a marcha imperial.
Saco meu celular do bolso traseiro da calça e olho o visor. O nome "Louis" pisca na tela. Atendo imediatamente.

Powerless
And I don't care it's obvious
I just can't get enough of you
The battle's now my eyes are closed
No control (control)
Taste, on my tongue
I don't want to wash away the night before
The heat, where you laid
I could stay right here and burn in this all day

—Hey Harold Styles. — soltei um risinho assim como meu melhor amigo Louis. Meu antigo apelido de infância.
—Oi Boo Bear. — respondi. Ficamos uns segundo apenas ouvindo a gargalhada um do outro. Louis é meu melhor amigo, ele era meu vizinho quando eu ainda morava em Holmes Chapel.
—E ai amigo, quais são as boas? — arqueei minhas sobrancelhas fazendo uma careta. Não podia dizer ao meu amigo o quão meu dia foi ruim.
—Hoje foi meu primeiro dia de faculdade...—disse.
—Disso eu sei. Tia Anne sai pela rua exaltando o quanto o filhinho dela, o Hazza é inteligente. — fiz uma careta.
—Há não acredito que ela me chama pelo apelido.
—Há sim...ainda diz que você vai dividir um escritório com o Robobe. — instantaneamente rio escandalosamente ao ouvir o apelido do meu padrasto. — Ok Harold, já sei que você é um gênio e tudo mais, mas eu liguei para saber das "ppk's". — aos níveis de ficar nervoso com a pergunta só conseguia rir mais ainda... Louis era o tipo de amigo imbecil que faz piadas para tudo.
—Que? — perguntei sem fôlego.
—Você sabe, os capôs de fusca — ele mesmo riu. E por mais idiota que aquela conversa fosse e não fizesse em nada meu jeito. Eu conseguia rir desesperadamente.
—Você não tem um nome mais convencional? — perguntei ao me deitar em meu sofá.
—Ok, deixe-me ver. — Louis fez um murmurio e depois soltou; — as vaginas, como estão?
—Há Louis, você sabe...— disse sem querer nada. Não ia dizer sobre a (sn). Aquela mulher que se jogou em cima de mim e eu simplesmente fugi.
—Vai me dizer que você não molhou nenhuma calcinha desde que chegou ai? — perguntou com tom de incredulidade.
—Você não acha essa conversa meia estranha? Cadê a Eleanor? — perguntei. Eleanor era a namorada do Louis, a única mulher programada especialmente para o amar mesmo com as idiotices e imbecilidades, sem contar a infantilidade.
—Ela está com as amigas em um festival de música. Mas não desvie da pergunta Harold! — eu sabia ele não ia desistir até que eu soltasse uma.
—Tem uma garota...— comecei, procurando por onde começar. Logo ouvi o "humm" de Louis.
—Sabia!
—Não é nada disso, Boo. — o cortei.
—Vai me dizer que tinha uma vagina pintando e você não descascou a banana nela? — Louis me perguntou, apesar das palavras, com um tom de seriedade. Bufei alto, Louis era impossível.
—Se você ao menos me deixasse terminar. — rebati.
—Ok, ok. Me conte. — traguei a saliva e comecei a contar tudo o que havia acontecido. Primeiro sobre o policial, depois a minha chegada a faculdade, quando ela chegou já atrasada, até a hora no refeitório.
—Você saiu correndo? — Louis me interrompeu novamente.
—Não sai correndo. Sai andando.
—Não muda o fato de você fugir dela. — argumentou.
—Você vai ficar me criticando, é? — perguntei.
—Olha Harry, você sabe bem que estava fugindo. Cara o que você tem a perder? — ah droga, de novo essa pergunta, não preciso me desafiar novamente para saber o que eu tenho a perder. — Apenas se jogue, Harold. Bom meu amigo boa noite, minha mulher já chegou. — antes que eu pudesse responder ele encerrou a ligação.
Bufei alto e joguei o celular sobre o sofá. Nem meu próprio amigo me entendia. Nem eu mesmo me entendia. Porque diabos aquela mulher conseguiu mexer comigo? Isso nunca havia acontecido. Logo no que parecia ser meu melhor ano.
Waking up
Beside you I'm a loaded gun
I can't contain this anymore
I'm all yours, I've got no control
Powerless
And I don't care it's obvious
I just can't get enough of you
The battle's now my eyes are closed
No control

Levantei-me do sofá e fui direto para minha cozinha. Abri minha geladeira e retirei uma latinha de coca, assim que olhei para a lata me lembrei da tarde em sua casa, quando ela estava quase tirando sua blusa para mim, desisti de tomar a coca e a pus novamente na geladeira, mas minha cabeça já havia me traído e algo me dizia que não foi a de cima. Minha calça estava apertada novamente, pela quarta vez em um só dia.
Saí da cozinha indo direto para as escadas. Quando cheguei em meu quarto, comecei a me despir. Esqueci dos meus próprios costumes e arranquei cada peça de roupa as jogando no chão. Fui direto para meu box de vidro e olhei para mim mesmo. Meu estado era o mesmo de minutos antes, decidi entrar no banheiro de cueca, deixar a água gelada cair.
Assim que entrei no banheiro liguei meu chuveiro, deixei a água no natural, ou seja, quase congelante. Pus primeiro meu pé e quase tive uma hipotermia. Desisti do banho de água fria e ajustei o aquecedor. Aos poucos a água foi melhorando, entrei no chuveiro de cabeça e fechei meus olhos. Relaxe Harry. Relaxe Harry. Relaxe Harry...
Mas meus pensamente me traíram, enquanto eu tentava pensar no quão verde era a grama do campus me lembrei dela e de seus dedos segurando a barra da blusa, a pele da sua barriga à mostra, no quanto eu queria tocar e sentir a maciez.
Desisti daquela palhaçada de relaxar. Engatei meus dedos em minha cueca e a retirei. Meu membro praticamente pulou para fora. Tentei me esquecer do quanto aquilo era vergonhoso. Ninguém ia saber, eu moro só e estou tendo um momento de privacidade.
Deixei de lado qualquer pensamento que não fosse sobre ela. Seus cabelos lisos e atrapalhados, seu sorriso de pura malícia, seus pés em minha perna, seus dedos, seus lábios rosados, a pela da sua barriga...
Agarrei meu membro e peguei todas as minhas lembranças. Assim passei meus próximos vinte minutos.
Acordei novamente com a marchar imperial. Ok, gosto muito dessa música, mas acho que está na hora de trocar.
Indo contra todas as minhas expectativas hoje eu acordei sem vontade de acordar. Me levantei depois de ficar rolando pelos próximos dez minutos. Arranquei minha calça de moletom e a pus de qualquer jeito em baixo do travesseiro. Tomei meu banho sem molhar meu cabelo. Vesti minhas calças e um suéter verde musgo, pus meus sapatos e desci as escadas.
Ao contrário de ontem, hoje não fiz café, apenas peguei uma maçã na fruteira. Catei minha chaves e meu celular. Saí de casa, sem nem olhar as horas. Graças aos céus as escadas já estavam liberadas. As desci o mais rápido que pude e logo estava na garagem. Avistei meu carro muito mau estacionado na vaga de sempre. Fui até ele e o destravei. Entrei e vi minha bolsa sobre o acento do carona. Antes de dar partida, verifiquei se eu tinha todos os livros certos e só então vi as horas. Seis e quarenta e seis. Muito cedo.

Lost my senses, I'm defenceless
Her perfume's holding me restless
Sweet and sour, I devour
Lying here I count the hours
Waking up
Beside you I'm a loaded gun
I can't contain this anymore
I'm all yours, I've got no control, no control
No control

Quando vi que estava tudo em ordem dei a partida. Saí pelas ruas soturnas. Desta vez prestando bastante atenção para ficar acima de cinquenta. Não demorou muito e eu já estava em frente ao campus. Fui direto para o estacionamento, onde haviam só uns dez carros estacionados. Peguei uma boa vaga e logo saí. Caminhei calmante até a frente. Quando entrei pelo Hall tudo estava quieto, apenas algumas pessoas andando pelo local.
Fui até as escadas direto para o terceiro andar, onde teria minha primeira aula de antropologia cultural. Diferente do dia anterior, quando entrei na sala 18 não havia ninguém. Pus minha bolsa na primeira carteira e saí da sala. Hora de explorar.
Eram oito horas em ponto quando saí da enorme biblioteca. Fui direto para o terceiro andar, sala 18. Ao entrar vi que já estava bem mais cheio que no dia anterior. Foi o tempo de me sentar e o professor entrar. Foi impossível não varrer a sala com meus olhos a procura dela.
Olhei para o fundo do auditório, mas nem sinal. Então, esperei que ela chegasse atrasada como no dia anterior, mas as horas foram se passando e nada dela aparecer com seus cabelos rebeldes e seu moletom.
Desisti de ficar pensando nela e me concentrei na aula.
—A cultura é "natureza humana" todas as pessoas têm a capacidade de classificar experiências, codificar classificações simbolicamente e transmitir tais abstrações. Desde que a cultura seja aprendida com pessoas vivendo em diferentes lugares, encontra-se diferentes culturas de acordo com a região geográfica. Paremos por aqui, depois do intervalo continuamos. — e esta foi a úncia frase que consegui prestar atenção da aula inteira.
Suspirei pesadamente e decidi sair. Tomar um café me faria bem, assim no próximo tempo consigo prestar mais atenção. Saí da sala e fui direto para as escadas, quando estava no primeiro andar me lembrei que não havia pego minha carteira. Bufei quase sem paciência, mas vamos lá. Sem distrações Harry, você consegue.
Quanto tornei a subir as escadas os corredores estavam com menos movimentação. Fui até a sala, peguei minha carteira, meu celular e voltei ao corredor. Quando me aproximava das escadas a porta do elevador abriu-se. Já estava xingando aquele maldito mentalmente quado vi quem saia de lá de dentro.
Rapidamente baixei minha cabeça e comecei a caminhar mais rápido até as escadas, mas parei quando ouvi ela me chamar.
—...Por onde você vai? — virei-me devagar e quando vi, ela estava bem à minha frente.
Parei para analisá-la e me dei conta que ela usava exatamente a mesma roupa que estava ontem. Parei e pensei nas possibilidades. Mas só havia uma aplausível, ela havia saído para beber e veio direto do bar para cá.
—Vou ao refeitório. — respondi rispidamente. Chega de pensar nessa mulher, ela é totalmente errada, uma desleixada com a vida. Estava me virando quando senti o corpo dela colar-se ao meu pelas costas.
—Você sabe onde eu estava? — engoli em seco quando senti seu hálito batendo no pé do meu ouvido.
—N-não. — gaguejei. Merda...tudo o que eu queria era sair dali.
—Eu estava agora à pouco na cama com um puta homem gostoso, ele tinha um pau enorme e fez um sexo tão gostoso comigo. Me fez gozar... — arregalei meus olhos, senti seus braços passarem por minha cintura, por dentro dos meus braços. — Mas eu só pensava em como era transar com você, em como seu pênis é e o quão você me faria gozar com seus dedos. No quanto a sua boca é boa para chupar — ela passou seus dedos por cima do meu suéter, apertando desde o meu peito até perto no cós da minha calça. — Porque você não quer me comer, Harry? — ela sussurrou, então senti seu língua em meu pescoço e me descontrolei. Minha calça apertou e me senti excitado. (sn) descolou-se de mim e me puxou, obrigando-me a ficar de frente para ela.
—(sn)...— eu iria começar a falar qualquer coisa, mas ela de repente
atacou-me e eu finalmente pude sentir o quão macios seus lábios eram.

Powerless
And I don't care it's obvious
I just can't get enough of you
The battle's now my eyes are closed
No control, no control, no control
Powerless
And I don't care it's obvious
I just can't get enough of you
The battle's now my eyes are closed
No control

Escritora: Ananda Alves.

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