Nymphomaniac || Primeiro capitulo.

17:10 Unknown 4 Comments




Harry Narrando em primeira pessoa. 

Harry narrando em primeira pessoa.
Ponha para tocar My Chemical Romance - "Na Na Na".

Na, na, na, na, na, na, na, na

Acordo escutando ao fundo tocar a marcha imperial. É meu toque de despertar, na verdade nem sei o por quê eu coloquei o celular para despertar, uma vez que minha ansiedade não me deixou pregar os olhos a noite inteirinha.
Levanto da minha cama, pego meu Iphone e paro o despertador. São apenas cinco da manhã, as aulas começam às oito, mas tenho à necessidade de acordar cedo, não quero me atrasar para meu, tão aguardado, primeiro dia na faculdade.
Moro em um loft, ganhei do meu pai quando disse que havia passado em segundo lugar na Universidade de Londres. É bem pequeno, mas para mim já está de bom tamanho. O prédio tem garagem e não é muto longe da faculdade, sem contar que é bem no centro da cidade, literalmente perto de tudo.
Como acordei cedo tenho tempo de sobra para preparar um café. Faço suco, um café bem forte, corto umas frutas e faço duas panquecas. Sei que não vou comer nem metade, mas gosto de ter uma mesa bem cheia no café, assim é como se estivesse mais perto de casa. Essa é a parte ruim de morar só, a enorme saudade que sinto da minha família.
Quando enfim termino de comer, começo a guardar o que sobrou em potes dentro da geladeira, limpo minha bancada e subo as escadas para tomar meu banho, antes vou até o meu closet e retiro o cabide com a roupa que separei ontem de noite, já devidamente passada e bem perfumada, a pus sobre a cama e peguei minha toalha.
Retirei minhas pantufas do mestre yoda e as pus em baixo da cama, despi-me das calças de moletom e as dobrei pondo-as em baixo do travesseiro - durmo apenas de calças, nos dias de frio ponho uma camisa -, caminhei para meu banheiro e lá tirei minha box e pus no sesto de roupas sujas.

Drugs, gimme drugs
Gimme drugs
I don't need it
But I'll sell
What you got
Take the cash
And I'll keep it
Eight legs on the wall
Hit the gas, kill 'em all
And we crawl and we crawl and we crawl!
You be my detonator!

Liguei o chuveiro e ajustei a temperatura da água para quente, esperei uns segundos até que tudo estivesse do meu jeito e entrei de cabeça. Tomei meu banho relaxado, passei shampoo três vezes e condicionador duas. Saí limpo e cheiroso. Enrolei-me em uma toalha e saí, enxuguei meus pés no tapete antes de sair, não quero molhar o carpete.
Caminhei até minha cama e comecei a me secar e depois a me vestir. Olhei-me no espelho e retirei um amassado do meu blazer, sorri confiante e peguei minha bolça de couro e meu iphone em cima da mesinha. Desci as escadas e fui até a porta, peguei as duas chaves penduradas atrás da porta e abri a mesma.
Peguei o corredor e vi o elevador aberto, uma moça me enxergou e pôs a mão na porta para que o elevador não fechasse, sorri para ela.
-Não precisa moça, vou de escada. - passei direto pelo elevador e peguei as escadas, mas antes vi a expressão de incredulidade da moça. Tenho fobia por elevadores, desde que fiquei preso em um por uma hora, sozinho. Desde lá evito ao máximo pegar um elevador, então era claro que hoje eu não pegaria um. Bom carma sempre.
Desci os 400 degraus de escada até chegar ao estacionamento, desço tanto esta escada que estou criando músculos sem maiores esforços. Avistei meu querido Dodge Charger 1970, um clássico. Fui até ele e não demorou muito eu já estava saindo da garagem, peguei as ruas de Londres ainda calmas, afinal ainda são sete horas, decidi dirigir devagar, a faculdade é perto e estou com uma hora de vantagem, então vou à 30 por hora. Quando paro em um sinal vermelho aproveito para por um CD para tocar.
A voz de Gerard Way enchem meus ouvidos, a música é tão contagiante que rapidamente começo a cantar junto.
Meus dedos tamborilavam sobre o volante do Charger, enquanto eu cantava à plenos plumões. Lembro-me de quando ainda morava com minha mãe, ficava em meu quarto com minha guitarra tocando e cantando, mas infelizmente quando me mudei a guitarra ficou para trás.
Eu realmente me sentia bem mais feliz quando cantava, eu me empolgava e deixava de lado tudo e cantava...cantava até cansar. Eu sei que estava berrando que nem um louco pelas ruas de Londres, com pouco movimento, mas eu realmente me sentia livre.

Love
Gimme love
Gimme love
I don't need it
But I'll take, what I want from your heart
And I keep it in a bag
In a box
Put an x on the floor
Gimme more
Gimme more
Gimme more!
Shut up and sing it with me!

Ao longe ouvi o som de uma sirene, parei de cantar e travei no exato momento em que vi pelo retrovisor um carro de polícia sinalizando para que eu encostasse. Fui diminuindo minha velocidade até reduzir ao mínimo enquanto encostava ao meio fio.
O carro da polícia estacionou ao meu lado e um moço alto e com o dobro do meu tamanho desceu de lá. Engoli à seco e imediatamente apertei a pausa do som, a voz de Gerard Way parou e o policial encostou-se à minha janela.
-Bom dia cantor. - cumprimenta-me com sarcasmo na voz, traguei a saliva e dei bom dia a ele.
-Muito bem, o que você faz tão cedo na rua?
-Vou à faculdade.
-Bem, não sei se você reparou, mas aqui é uma pista de 50 e você estava dirigindo à 30. - ele apontou para uma placa do outro lado da rua, estreitei os olhos, mas não conseguiu ler nada, virei-me e peguei minha bolça a procura do estojo do meu óculos, os pus e olhei para onde ele apontava. Uma placa grande dizia " Pista acima de 50 por hora".
-Desculpe-me senhor, mas achei que por não ter muito carro não teria problemas em ir devagar.
-Não importa, você infringiu uma lei. Dei-me a sua carteira. - arregalei os olhos. Há não...minha primeira multa.
-Vejamos. - ele estava concentrado em olhar meus dados na carteira. - Parece que alguém vai ganhar sua primeira multa. - ele me olhou e sorriu com desdém. Acho que este policial está curtindo com a minha cara, só pode.
-Moço.
-Me chame de Senhor, menino. - repreendeu-me. Franzi o senho e concordei.
-Tudo bem...senhor, é que eu já estou um pouco apertado com o horário...
-Sou funcionário público, irá demorar o tempo que tiver que demorar, se você quisesse chegar na hora que não infringisse as leis do estado. - ele disse rapidamente então afastou-se. Bufei e joguei-me sobre o banco.

Na, na, na, na, na, na, na, na
From mall security
Na, na, na, na, na, na, na, na
To every enemy
Na, na, na, na, na, na, na, na
We're on your property
Standing in a V-formation
Na, na, na, na, na, na, na, na
Let's blow an artery
Na, na, na, na, na, na, na, na
Eat plastic surgery
Na, na, na, na, na, na, na, na
Keep your apology
Give us more detonation
(More, gimme more, gimme more)

- Você pode ir agora, lembre-se, acima de 50! - o SENHOR policial liberou-me, meia hora depois. Ganhei um ponto na carteira e uma multa de 40 libras.
Sorri forçadamente para o policial, mas na verdade eu queria xingá-lo, mas não queria parar na cadeia bem no meu primeiro dia de aula e não queria ter que explicar para minha mãe como desrespeitei a autoridade. Então, simplesmente sorri para ele e saí dali pisando fundo chegando nos 50 quilômetros por hora.
Dobrei na primeira rua seguinte, andei com o carro apenas mais um pouco e logo eu estava em frente a campus cheio de pessoas, sorri verdadeiramente e segui para o estacionamento, demorei mais do que o esperado para conseguir uma vaga, pensei que a esta hora da manhã o campus não estaria muito cheio, mas eu estava enganado, ele estava lotado. Quando consegui estacionar bem lá no fim do estacionamento demorei mais meia hora para voltar ao campus. Acho que deveria sair mais cedo de casa da próxima vez.
Pisei na grama verde e olhei ao meu redor. Várias pessoas rindo e conversando. Aqui era o paraíso para mim. Era a faculdade. Não importa se um SENHOR policial queria me parar por andar em uma rua de 50 à 30, eu estava feliz. Eu estava na faculdade.

Let me tell you 'bout the sad man
Shut up and let me see your jazz hands
Remember when you were a mad man
Thought you was Batman
And hit the party with a gas can
Kiss me you animal!
Na, na, na, na, na, na, na, na
You run the company
Na, na, na, na, na, na, na, na
Fuck like a Kennedy
Na, na, na, na, na, na, na, na
I think we'd rather be
Burning your information

 (sn) narrando em primeira pessoa.

Jogo minha mão sobre a mesinha, procurando pelo causador daquele barulho dos infernos. Que porra de despertador. Despertador?
Sento-me sobre a cama e olho ao meu redor. Vejo o despertador em cima da mesinha ainda tocando, o pego e aperto o botão e ele para. Pego meu celular e vejo as horas. 07:57 , seg, 1 de fevereiro.
Então a palavra "faculdade" passa pela minha cabaça como uma sombra. Hoje é dia primeiro de fevereiro e eu deveria está na porra do campus. Droga! Jogo o edredom para longe e dou um pulo da cama, olho para meu estado. Não faz nem três horas que cheguei em casa, ainda estou bêbada. Que diabos, porque fui sair justo em um domingo?
Puxo a barra da camisa e tento me despir da calça sem desabotoa-la, que droga de preguiça matinal e claro que isso não vai funcionar. Eu posso faltar o primeiro dia, mas se meu avô sonhar que fiz isso será o mesmo que arrancar todas aquelas plantas que ele tanto adora. Maldito dia que prometi fazer uma faculdade!

Na, na, na, na, na, na, na, na
Let's blow an artery
Na, na, na, na, na, na, na, na
Eat plastic surgery
Na, na, na, na, na, na, na, na
Keep your apology
Give us more detonation

Tirei aquela calça e corri tropeçando até o banheiro. Liguei o chuveiro, pus primeiro meu pé. Droga, porque eu ainda não concertei esse aquecedor? Contei até dez e coloquei o resto do meu corpo, dei uns pulinhos. Naquela altura tudo o que eu pedia era para não congelar ali dentro.
Não passou nem vinte minutos e eu já tinha saído dali, nem shampoo eu passei. Escovei meus dentes umas cinco vezes tentando tirar o gosto de tequila barata da boca. Corri até meu guarda-roupas e procurei por uma roupa descente. Pensei em repor a calça que eu estava usando na noite passada, mas me lembrei que 'teve uma hora que me joguei no chão do banheiro, quando estava vomitando.
Fiz uma careta e decidi procurar por uma outra calça, um moletom e meu tênis. Me vesti em tempo recorde, quando terminei de por o último par de sapatos saí em disparada, mas antes de sair pela porta me lembrei dos meus materiais - que meu vô preparou especialmente para mim-, então voltei e peguei a mochila dentro do guarda-roupas.
Desci as escadas de dois em dois degraus. Peguei a minha bolsa sobre o sofá e catei minhas chaves - a de casa e da moto -, e uns trocados. Depois de pôr tudo na mochila, fui até a porta dos fundos que dava para a garagem, tranquei a porta com o cadeado e avistei minha moto Parrilla. Destravei-a e arrastei até a porta de saída da garagem, apertei no botão automático e a porta abriu-se e fechou-se assim que saí.

Right here, right now
All the way in Battery City
The little children
Raise their open filthy palms
Like tiny daggers up to heaven
And all the juvee halls
And the ritalin rats
Ask angels made from neon
And fucking garbage, scream out:
"What will save us?"
And the sky opened up
Everybody wants to change the world
Everybody wants to change the world
But no one, no one
Wants to die
Wanna try
Wanna try
Wanna try
Wanna try
Wanna try
Now!
 I'll be your detonator!

Verifiquei se realmente havia fechado e quando constatei que sim, subi em minha moto. Rodei a chave, mas o motor não ligou. Porra Deus isso é judiar demais de mim! Como é que eu esqueço de por gasolina? Joguei meu corpo sobre o guidom da moto e comecei a xingar desesperada. Como eu ia chegar a merda da faculdade sem gasolina? Eu não devia nem ter 4 libras.
Bufei desistindo de ir a faculdade. Vovô vai ter que me desculpar, mas Deus estava ocupado demais indo contra minha pessoa. Baixei o descanso da moto e estava descendo dela quando ouvi o barulho de porta fechado. Ergui minha cabeça e vi meu lindo e maravilhoso vizinho saindo da casa dele.
Loiro. Empregado. Alto. Olhos castanhos. Músculos. Pua grande.
-Hey vizinho. - gritei, ele me olhou e sorriu. Molhei a calcinha.
-Pois não, vizinha. - ele veio caminhando devagar com aquele sorriso brincando sobre sus lábios sensuais. Deus, o que aquela boca podia fazer? Há sim...eu bem me lembro, são muitas....Muitas coisas.
-Será que você tem um pouco de gasolina para me dar? - fui incapaz de deixar o duplo sentido de lado, e meus olhos foram descendo do seu lindo rosto pelo seu tronco até....
-Só gasolina? - perguntou irônico. Passei a língua sobre meus lábios e hesitei ao responder. Que droga...uma rapidinha não me atrasaria mais, atrasaria?. Sim atrasaria . Oh, consciência filha da puta.
-Quem sabe você possa me dar gasolina agora e mais tarde?

Na, na, na, na, na, na, na, na
Make no apologies
Na, na, na, na, na, na, na, na
It's death or victory
Na, na, na, na, na, na, na, na
On my authority
Crash and burn
 Young and loaded

- Você pode pegar gasolina comigo quando quiser! - meu vizinho disse assim que eu subi em minha moto, sorri para ele e dei língua.
-Sempre Rex. - respondi antes de dar a partida, ainda pude ouvir sua risada estrondosa.
Felizmente a faculdade não era tão longe da minha casa, só um quilômetro. O movimento nas ruas já estava intenso, nada que me atrapalhasse, moto é mil vezes mais prática que carro. Não demorou nem vinte minutos e eu já estava parando em frente ao campus vazio. Suspirei e olhei ao redor a procura do estacionamento, depois de rodar por ali descobri que era na parte de trás da faculdade. Estacionei no primeiro buraco que vi e travei a moto. Desci e saí correndo com a mochila nas costas.
Parei ofegante já no hall. Abri minha mochila e procurei pelo papel que me deram quando fiz as burocracias da matrícula. Procurei por minha sala e descobri que era no primeiro andar, já que eu era caloura. Peguei o elevador, nem em mil anos eu conseguiria subir aquelas escadas depois da corrida que dei do estacionamento até ali. Quando saí do elevador nem precisei procurar muito pela sala número 7, era logo ao lado do elevador indo pela direita. Dei três toques e logo um velho baixo abriu a porta para mim. Puta Merda, parece que estou no ensino médio de novo, quando eu gazeteava aula e a corretora me pegava e me levava pra sala e todos os alunos ficavam me olhando com cara de cu.
-Senhorita...?
-Pode me chamar de (sn). - ele olhou de mim para a multidão de alunos sentados sobre as cadeiras em formato de arena, depois me olhou novamente. - entre e ache um lugar. - sorri para ele e passei, então o ouvi sussurrar. - veja se da próxima vez chega na hora.
Fingi que não o ouvi e passei direto fiquei em frente aos alunos tentando achar um lugar para sentar e só achei um bem no meio, ao lado de um garoto.
Cabelos cacheados. Roupas engomadas. Óculos. Sorriso com covinhas. Olhos brilhando como uma esmeralda. Hum...isso pode ser interessante.

Na, na, na, na, na, na, na, na
Drop like a bulletshell
Na, na, na, na, na, na, na, na
Dress like a sleeper cell
Na, na, na, na, na, na, na, na
I'd rather go to hell
Than be in a purgatory
Cut my hair
Gag and bore me
Pull this pin
Let this world explode

Continua..

Escritora Ananda Alves.

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